Ter visto a fumaça branca saindo da Capela Sistina no dia 13 de março de 2013 foi dos maiores privilégios que o jornalismo me deu. Impossível não lembrar dessa data justamente quando o mundo amanhaceu, nesta segunda-feira (21), com a triste notícia da morte do Papa Francisco. Naquela quarta-feira, há 12 anos, era início de noite, fazia frio e a chuva estava fina. 

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A emoção na Praça São Pedro, lotada com mais de 60 mil pessoas, trazia uma energia que transcendia. Quem estava ali sabia que um fato histórico ocorria naquele momento. 

Veja fotos do papa Francisco

Fui o único representante da imprensa de Santa Catarina na cobertura do Conclave. Trabalhei ao lado do brilhante colega Daniel Scola, da Rádio Gaúcha, Zero Hora e RBSTV/RS. 

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Estávamos em um honesto hotel que ficava a dez minutos a pé do Vaticano. Local estratégico.

Um dia após o resultado, escrevi no Diário Catarinense:

Carisma e Empatia

O novo Papa será Pop e terá carisma e empatia com o público. Virtude que Bento XVI não tinha. O sorriso de Ratzinger era fechado, quase triste.

Com Francisco deve ser diferente. O primeiro Papa do Hemisfério Sul tem um sorriso doce e simpático, espontâneo e parece ter bom humor.

O novo Papa que disse que foram buscá-lo “no fim do Mundo”, quando faz uma homenagem a São Francisco de Assis, manda um recado para a sociedade: as pessoas precisam viver uma vida mais simples, valorizar aquilo que representa a verdadeira felicidade — buscar a filha na escola, almoçar com a família, ter saúde e paz de espírito.

A perseguição em excesso pelos bens materiais torna o homem um ser sempre insatisfeito. O Papa mostrou humildade franciscana ao pedir que as pessoas orassem para que ele seja iluminado nessa missão. E teve resposta na Praça São Pedro.

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Entre os peregrinos, um em especial se destacou usando vestes franciscanas da humildade.

Quando todos apostavam que o Papa seria brasileiro ou italiano, veio a surpresa. Sem ser citado pela imprensa da Itália e seus vaticanistas com suas supostas fontes ligadas à Cúria, o nome de Jorge Mário Bergoglio, argentino, de 76 anos, é claro que surpreendeu a todos. 

O recado dado via Twitter pelo teólogo Leonardo Boff é animador. “Escolher Francisco como nome e escolher um programa: amor aos pobres, à natureza, à ecologia. Porque os seres são irmãos”.

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