Não existe solução simples para as pessoas em situação de rua (PSRs). Mas é preciso tentar salvá-las — para o bem delas e das cidades. Nesse sentido, houve um ato inédito na história de Florianópolis na última quarta-feira (8), na Passarela da Cidadania.

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A Aliança por Floripa reúne as principais entidades empresariais da capital — a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), a Associação Empresarial de Florianópolis (ACIF) — e o Conselho Comunitário de Segurança (Conseg/Centro), com apoio da prefeitura.

Um fundo financeiro foi criado para que pessoas em situação de rua sejam contratadas para serviços de melhoria em áreas públicas da cidade (limpeza de pichações, jardinagem etc.). A triagem ocorre na Passarela da Cidadania, por meio do projeto Rumo Certo.
De início, serão 20 pessoas contratadas, que trabalharão quatro dias por semana, e o quinto será destinado ao apoio psicológico e a outras atividades assistenciais.

O fundo é mantido por empresas patrocinadoras e também por pessoas físicas, que serão estimuladas a não mais doar esmolas nas esquinas, mas a ajudar de verdade — por algo sério e estruturado.

Cada vaga custa R$ 55 mil por ano. Quanto maior o valor do fundo, mais vagas são criadas. As pessoas contratadas terão carteira assinada (CLT).

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A Aliança por Floripa tem um comitê gestor e um conselho consultivo, compostos pela prefeitura, pelo Ministério Público de Santa Catarina, pelo padre Vilson Groh e pela Pastoral do Povo de Rua.

Durante o evento, muitos dados importantes foram revelados sobre as pessoas em situação de rua:

  • Em quatro meses, 56 conseguiram empregos por meio do programa Rumo Certo;
  • 11 participantes da Passarela da Cidadania foram aprovadas no concurso da Comcap;
  • 70% das pessoas em situação de rua não são de Florianópolis;
  • Desde o início do ano, 85 foram detidas pela Guarda Municipal por estarem com mandado de prisão em aberto;
  • Em 2025, 63 pediram para se internar a fim de tratar da dependência química;
  • A prefeitura da capital pagou 550 passagens de ônibus para pessoas que não tinham recursos para retornar aos seus municípios de origem.

Temos agora uma oportunidade de virar o jogo — de dar chance aos que precisam de ajuda, levando-lhes a dignidade que chega pelo emprego e, consequentemente, pela autonomia. E a cidade fica mais segura.

Existe fórmula mágica? Não. Mas a união de esforços para lidar com um tema que é humanitário, social, econômico, sanitário e de segurança pública merece elogio e reconhecimento.

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