Bruno Souza não será mais secretário de Assistência Social da prefeitura de Florianópolis. A informação é confirmada pela assessoria de imprensa do prefeito Topazio Neto e também pelo próprio ex-parlamentar que ocupava o cargo que tinha como principal desafio lidar com o problema das pessoas em situação de rua. A exoneração será publicada no Diário Oficial desta quarta-feira (25).

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Leia a nota do Executivo Municipal:

O secretário Bruno Souza está deixando a Secretaria de Assistência Social de Florianópolis porque há divergências na forma de trabalhar entre ele e o prefeito Topázio Neto. Ao tempo que agradece a participação do ex-secretário , a administração municipal enfatiza ainda que irá aprimorar, intensificar e implementar novas políticas de assistência social, uma das questões mais urgentes nas maiores cidades do mundo.

A coluna conversou com Bruno Souza, que encaminhou o seguinte texto:

Sim, a situação se tornou insustentável. Um de nós — eu ou o Prefeito — precisava tomar a iniciativa. Eu estava aguardando o retorno do Governador; o Prefeito se adiantou. Ficou extremamente incomodado com o vídeo que publiquei ontem, em que abordo um morador de rua. Aparentemente, minha linha é considerada “dura” demais.

Somos muito diferentes.
Eu acredito que vivemos um momento crítico em relação à população em situação de rua. Ele não.
Entendo que o tema deveria ser prioridade — afinal, ano após ano, o número de pessoas nas ruas cresce cerca de 20%. O Prefeito, por sua vez, acredita que esse número está estável.
Também acredito que liderar é algo que não se pode delegar. Ele delegou o tema “moradores de rua” à vice-prefeita e, em seis meses, participou de apenas quatro reuniões com seus secretários sobre o assunto.

Essa ausência de liderança tem consequências práticas. Coisas simples deixam de acontecer.

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Um exemplo: há seis meses peço o desligamento das torneiras da antiga rodoviária. Até agora, nada.
Ou ainda: solicitei a poda das árvores na Beira-Mar para evitar a criação de esconderijos usados para consumo de drogas. Também não foi feito.
Falta diálogo entre os secretários — e algumas secretarias fundamentais, como a Saúde, são absolutamente ausentes.

Mas ele foi eleito, e tem toda a legitimidade para comandar a prefeitura da forma que julgar adequada. É justo: quem pensa diferente, não participa.

Não guardo absolutamente nenhuma mágoa do Prefeito.
Mas, como cidadão, fico triste pela cidade.
E, como ex-colaborador, saio satisfeito com o trabalho que realizei: dos últimos quatro secretários, sou o único que não foi denunciado ou investigado por qualquer problema em licitações.

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