O futuro do turismo de Florianópolis passa por melhorar a vida de quem mora aqui. A jornada do turista na capital será proporcionalmente melhor quanto mais qualidade de vida o contribuinte local tiver.
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Duas questões são fundamentais: mobilidade urbana e saneamento básico.
Mobilidade
A cidade cresceu, a frota de veículos aumentou e a população só sobe. Em contrapartida, não temos a mesma proporção de oferta de transporte coletivo de qualidade. O Plamus, que tem cerca de dez anos, previa corredores exclusivos de ônibus. Nada saiu do papel.
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Houve avanços na ampliação de ciclovias e o Formiguinha nos Morros é um sucesso.
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Entretanto, não temos articulação metropolitana, integração dos modais e cidades e a perspectiva no curto prazo é assustadora.
A Região Metropolitana precisa de um projeto de longo prazo e que tenha continuidade. Neste sentido, é elogiável a iniciativa do governo Jorginho Mello em buscar o Banco Mundial (BM) com o propósito de atualizar os dados do Plamus e pensar em soluções de transporte de massa, principalmente através do BRT (ônibus rápido), veículo leve sobre trilhos (VLT), se houver viabilidade, e transporte marítimo. Os técnicos do BM vão apontar o modelo. Que seja seguido e saia da maquete.
Saneamento
Avançamos em saneamento em Florianópolis. No final de 2023 houve a inauguração da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) dos Ingleses, há poucos dias começou a operar a ETE do João Paulo e tem a perspectiva da ampliação da ETE Insular, no Centro, e a conclusão da interminável obra da ETE do Rio Tavares, embora ainda não se saiba, ainda, para onde irá o efluente tratado desta última.
Preocupa que, mesmo com a inauguração de obras, seguimos com problemas nos locais das estações. Os Ingleses apresentaram problemas sérios de balneabilidade na temporada; e Canasvieiras, que tem quase 100% de rede, da mesma forma. Foram milhares os casos de viroses na temporada.
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Então, é preciso avançar na eficiência das ETEs e em um programa forte e que tenha continuidade para forçar as pessoas a se conectarem corretamente ao sistema de coleta e tratamento. Não existe turismo de qualidade, que vive de sol e mar, em águas poluídas.
Casan
Não será com o modelo de sempre que iremos conseguir resultados diferentes. É preciso atrair o setor privado para o saneamento com transparência no processo licitatório e agências fortes na execução dos contratos. O modelo pensado nos bastidores do Centro Administrativa coloca a Casan na função estratégica de cuidar dos mananciais, tratar a água e vender para as empresas privadas, que seriam responsáveis pela distribuição, manutenção e tratamento de esgoto.
É uma forma de se chegar à universalização dos serviços em 2033, conforme prevê o Marco do Saneamento. É a única forma, pois o recurso público é insuficiente para avançar na velocidade necessária.
Turismo
Florianópolis não possui nenhum equipamento turístico novo nos últimos tempos. Parece piada, mas o mais recente é a velha nova Ponte Hercílio Luz. O belo novo aeroporto entra no quesito infraestrutura vital, mas não produto turístico.
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Não há segurança jurídica, a ideologia contra o capital e política tomam conta, basta ver a resistência no caso da Ponte da Lagoa da Conceição e do Futuro Parque Público e Marina da Avenida Beira-Mar Norte.
A dicotomia meio-ambiente x desenvolvimento econômico não existe mais, é um debate primitivo. Precisamos de desenvolvimento econômico com preservação ambiental.
Para isso, precisamos focar no turismo de qualidade, bons produtos e equipamentos e sempre com o olhar da sustentabilidade social, econômica e ecológica.
Não temos um planejamento de longo prazo e, tampouco, profissionalização na gestão pública do turismo. Aceitam-se os nomes indicados pela política sem o perfil técnico, muitas vezes. Neste aspecto, as entidades precisam cobrar do Poder Público para que pessoas capacitadas assumam os postos de comando.
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Sul da Ilha
Faz bem a prefeitura de Florianópolis em criar um programa de incentivo fiscal para a região da concessão da Floripa Airport. A ideia é tornar aquele vasto espaço em uma nova opção de lazer, com hotéis, bares, restaurantes, lojas e casas de shows. A inspiração é a Disney Springs.
Qualidade
Florianópolis, que completa 352 anos, tem desafios e oportunidades. É uma cidade fantástica, incomparável com as demais capitais brasileiras. O desafio é preservar o que temos e até melhorar a qualidade de vida de quem nasceu aqui ou escolheu essa cidade para morar.
Um esforço coletivo, que cabe a todos nós.
Feliz aniversário Floripa.
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