É uma vergonha que o aterro da Via Expressa Sul esteja subutilizado. Inaugurada a estrada em 2004, tem um aterro ocioso, pouco aproveitado e com uso improvisado — um terminal de ônibus que virou moradia indígena —e muita área que poderia ser de lazer, mas para muito pouco serve. E a cidade que cresce precisa desses espaços.
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A ciclovia é uma avanço, mas precisa humanizar o aterro. Todo o espaço merece um grande projeto de arquitetura, voltado prioritariamente para uso público, mas com paisagismo, parquinho infantil, quadras de esporte, tudo isso equilibrado com moradia, comércio e equipamentos públicos. Por que não um grande hospital, moderno, em substituição, por exemplo, ao obsoleto Hospital Celso Ramos (HSR)?
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O instrumento da outorga onerosa é a ferramenta adequada para viabilizar esse tipo de projeto com pouco ou nada de investimento público. Metade do valor da outorga o empreendedor por investir no entorno do próprio investimento. O restante vai para o fundo e deve ser aplicado em áreas públicas.
Por exemplo: digamos que um consórcio, fundo de investimentos ou construtora comprasse o imóvel onde está hoje localizado o HCR, em área nobre da cidade.
Como contrapartida, poderia construir um hospital moderno, mais amplo na Via Expressa Sul e onde hoje está o HCR, o investidor faz o seu projeto, ainda respeitando o plano diretor, melhorando o térreo, com fachada ativa e fruição pública.
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As diferenças políticas entre prefeitura de Florianópolis/Governo de SC e o governo Lula são uma lombada burocrática para avançar. A área do aterro está sob a jurisdição da União (SPU). Dá pra fazer? Dá, mas precisa dialogar, trabalhar em nome do interesse comum e não de interesses políticos ou eleitorais.
O que nos falta é projeto. A cidade precisa de um planejamento estratégico em várias frentes. O grande projeto e muito bem construído é o do parque público e da marina na Beira-Mar Norte.
É pouco. O aterro da Baía Sul merece um grande plano de ocupação e que passe pela oitiva da comunidade, se estabeleça os equipamentos necessários e se promova um concurso arquitetônico para algo bonito, funcional e planejado. Chega de puxadinho, de powerpoint que não sai da maquete.
O mesmo vale para os prédios abandonados em áreas nobres. O Antigo IBAMA e o galpão do INSS, ambos na Mauro Ramos, são o exemplo do desleixo da coisa pública com a gestão do próprio patrimônio.
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