A maioria das obras de infraestrutura de transportes em Santa Catarina está atrasada. Das 37 obras monitoradas pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), 25 estão com andamento comprometido, 10 com o prazo expirado e apenas duas em andamento dentro do cronograma. O levantamento será apresentado nesta segunda-feira (7) pela Fiesc na Agenda Estratégica de Infraestrutura e Logística 2021.
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Os principais fatores que explicam o atraso nas obras são falta de recursos, desapropriações, falhas em projetos ou estudos e problemas nas licitações. São R$ 5 bilhões de obras monitoradas e as que estão com prazo expirado ou comprometido representam 95%.
Agenda
A Agenda Estratégica de Infraestrutura e Logística 2021 da Fiesc mostra um cenário da demanda que o Estado tem de investimentos, o que possui para investir e os planos para aumentar a segurança e a competitividade em Santa Catarina.
A necessidade de investimento anual na esfera federal é de R$ 1,47 bilhão, estadual R$ 1,3 bilhão, municipal R$ 50 milhões e no setor privado R$ 2,15 bilhões.
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Na divisão por modais, a demanda é por R$ 3,92 bi (rodoviário), R$ 245,4 mi (ferroviário), R$ 319,9 mi (aeroviário), R$ 100 mi (dutoviário) e R$ 385,2 mi (aquaviário).
O problema é que não existem estes recursos.
O orçamento do governo do Estado para conservação de estradas é de R$ 120 milhões. E R$ 66,3 milhões para obras de restauração e aumento de capacidade da SC- 283.
De recursos federais para 2021 em estradas estão previstos R$ 838,8 milhões.
A agenda da Fiesc tem como meta a mobilização para concluir os estudos sobre projetos ferroviários em Santa Catarina, implementar o projeto piloto de cobrança de pedágio free-flow (quilômetro rodado), integrar modais de transporte para melhorar a logística, incorporar eixos estaduais em programas de concessão, entre outras prioridades.
E aí?
Além de apresentar um estudo técnico sobre a realidade da infraestrutura estadual, o documento aponta para a necessidade de investimentos que não encontram respaldo nos orçamentos públicos. Neste sentido, precisamos de um bom plano de concessões, com segurança jurídica, bons projetos e contratos equilibrados.
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Importante destacar, também, é a projeção de cenário de como estará a nossa infraestrutura de transportes com o ritmo atual de investimentos. Há 10 anos, quando estive na Coreia do Sul, as lideranças locais falavam com orgulho de seu planejamento estratégico para os próximos 40 anos. E nós, que tipo de planejamento de longo prazo temos?
Que a nossa representação política e os governos, de forma integrada e planejada, façam bom uso desse rico material.