Há pouco mais de um ano as bússolas dos analistas políticas foram todas recalibradas. As urnas (eletrônicas, apesar dos protestos) deixaram claro que o norte estava mais à direita do que país se acostumara nas duas décadas anteriores. Na conquista do voto, o peso das máquinas partidárias e de seus caciques equilibrou-se aos iniciativas proporcionadas pelas rede sociais e troca de mensagens em aplicativos.

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As eleições do ano passado não apenas colocaram no poder o presidente Jair Bolsonaro (PSL), um nome que seria considerado improvável um ano antes e que trouxe à tona um Brasil adormecido – com símbolos e agendas completamente diferentes. Os resultados de 2018 mexeram com todo o tabuleiro político – trazendo novos atores (de todo tipo de filme, como provou a eleição do ex-bolsonarista Alexandre Frota (PSDB-SP) como deputado federal), novos personagens e novas formas de influenciar o debate político (os tuítes dos filhos do presidente, por exemplo), um novo partido ainda em busca de consolidação – apesar de ter eleito imensas bancadas e até mesmo o governador de Santa Catarina, um Estado com eleitorado normalmente imune a grandes novidades.

Este processo de recalibragem das bússolas políticas ainda está em andamento – e a crise do PSL entre bolsonaristas navegantes e bolsonaristas surfistas que acompanhamos nos últimos dias é parte dessa recalibragem na própria base dos novos ocupantes do poder. A conclusão deve vir em duas etapas, ambas eleitorais: 2020, eleição de vereadores e prefeitos; 2022, todo o resto.

Daqui deste espaço, no encontro semanal que terei com você, leitor, será possível acompanhar todo esse processo. Não são poucas as variáveis em disputa no mundo político catarinense. Qual a força e as condições de governabilidade do governador Carlos Moisés (PSL), enfrentando ao mesmo tempo lideranças da política tradicional que desalojou e (agora) os setores bolsonaristas que o enxergam como um inimigo na trincheira? O que farão nomes comandaram a política na última décadas (Raimundo Colombo, Gelson Merisio, Eduardo Pinho Moreira) para tentar voltar à cena? O que resta da força da base do MDB? Em 2022, Esperidião Amin (PP) será a fênix ou o momento é de Jorginho Mello (PL)? Tantas dúvidas, surgirão outras. Teremos um ponto de encontro aqui para uma análise mais tranquila dos fatos que nos atropelam dia a dia, hora a hora. Bem-vindo à jornada.

Publicado nas edições de DC Revista, AN Revista e Santa Revista de 26/10/2019

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