O deputado estadual Bruno Souza é uma das figuras mais atuantes da atual legislatura da Assembleia Legislativa. Não deixa passar qualquer tema, sempre disposto a imprimir sua visão liberal às discussões – mesmo que isso lhe custe desconfortos, como votar contra o salário mínimo regional por questão de consciência.
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O ex-pessebista também é protagonista na CPI da Ponte Hercílio Luz, como autor do pedido e relator da investigação – onde se notabiliza por ser detalhista e criterioso em relação a um assunto que mexe com imaginário da sociedade catarinense que vê na reforma da primeira ligação Ilha-Continente em Florianópolis um monumento ao desperdício de recursos públicos.
Este poderia ser um breve resumo da atuação de Bruno Souza em seus primeiros oito meses como deputado estadual. Um resumo relevante. É por isso que o parlamentar deveria pensar duas vezes antes de cair na tentação de virar notícia em tolas confrontações com grupos de esquerda que servem apenas para atiçar o pior da polarização das redes sociais. Nem o Movimento Brasil Livre (MBL), do qual Bruno já fez parte, adota mais essa prática de ir até um grupelho esquerdista atrás de um tumulto que se torne vídeo lacrador em Facebooks e Whatsapps. O deputado catarinense também não precisa disso.
A esquerda já deveria ter aprendido a não cair nesse tipo de provocação, exercitar o sangue frio. O que vemos no vídeo divulgado pelo deputado – inclusive levado à tribuna da Alesc – é Bruno Souza aproximando-se de um grupo com faixas que pediam a liberdade do ex-presidente Lula (PT) para debochar do pleito. Dois militantes caem na provocação e agridem o parlamentar e seu assessor. Estão errados, completamente errados. Mas como um episódio tão pequeno e fortuito ganha essa dimensão? Na vida real, não vale nem um BO.
A reconstrução da arena política nacional deveria ser a prioridade de todos os que zelam pela democracia. Os extremos não querem o diálogo, querem o grito. Em sua atuação na Alesc, Bruno mostra que sabe dialogar e encampar pautas relevantes e que tem consistência em um discurso ideológico que representa parte da sociedade catarinense e brasileira. É um deputado estadual, não um youtuber. Que não se esqueça disso.
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