O governo Carlos Moisés (PSL) não deu certo até agora, mas ainda tem tempo para recomeçar. A avaliação é do presidente da Assembleia Legislativa, Júlio Garcia (PSD), em entrevista a Renato Igor e Upiara Boschi na CBN/Diário na tarde desta terça-feira. O pessedista também afirmou que não vê clima para impeachment do governador, embora ressalte tratará de forma jurídica os cinco pedidos em análise na Procuradoria da Alesc.
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Ouça a íntegra da entrevista de Júlio Garcia na CBN/Diário
Júlio Garcia ressaltou os movimentos de aproximação do governador Moisés com o parlamento após a crise política gerada pela polêmica compra de 200 respiradores por R$ 33 milhões, que resultou na demissão dos secretários Helton Zeferino (Saúde) e Douglas Borba (Casa Civil) e disse esperar que haja correção de rota do governo tanto no diálogo com o parlamento quanto na qualificação da equipe. O diagnóstico sobre o governo até agora, no entanto, foi duro.
– O governo não deu certo. Isso é evidente. Primeiro ano de governo foi um momento de adaptação, o governo teve uma carência da sociedade e também do parlamento. Mas os resultados não foram positivos, todo aquele ufanismo da campanha de que acabou a velha política, tudo isso acabou na prática não se mostrando uma coisa positiva.
O presidente da Alesc ressaltou que Moisés pode reconstruir a relação com o parlamento “de forma republicana” e com respeito – lembrou duas vezes o episódio em que o deputado estadual Valdir Cobalchini (MDB), na época governista, foi expulso da sala do ex-secretário Carlos Hassler, da Infraestrutura. Criticou também a equipe montada pelo governador.
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– Não houve resultados significativos do governo no primeiro ano. Todas as medidas se mostrarem insuficientes. A equipe se mostrou sem experiência para governar Santa Catarina. As mudanças tem que acontecer e acho que o governador vai fazer – afirmou.
Júlio Garcia avaliou não ver disposição dos deputados em ocupar ou indicar cargos para a administração estadual, mas ironizou a situação ao dizer que “não foi a presença de políticos que atrapalhou o governo”.
Sobre os pedidos de impeachment em análise na Procuradoria da Alesc, Garcia disse que a abertura ou não dos processos será feita com base apenas no parecer jurídico, mas avaliou que pessoalmente não acredita que seja momento cogitar afastamento do governador.
– No que competir à presidência, vou dar o tratamento jurídico. Vou acatar o que a procuradoria da Assembleia apresentar em seu parecer. Mas, minha posição pessoal, quero dizer aqui, acho que quando o constituinte de 1988 esculpiu na Constituição o instrumento do impeachment não foi para ser usado a qualquer instante, a qualquer momento.
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