Como de praxe, a Assembleia Legislativa entre naquele clima de fim de ano em que se acumulam reuniões extraordinárias e o plenário fica cheio para limpar a pauta de projetos do ano. O que muda neste fim de 2018 é o encerramento de uma legislatura em que mais da metade dos parlamentares não volta para o novo mandato em 2018. É nesse contexto que avançam, também, as costuras para a eleição da presidência da Casa.

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Já disse aqui neste espaço que por essa disputa passa não só a construção da base que dará suporte ao governador eleito Carlos Moisés da Silva (PSL), mas também a designação informal do cargo de fiador político da nova gestão. Nesse meio tempo, o deputado estadual eleito Júlio Garcia (PSD) – duas vezes ex-presidente da Casa – avançou suas conversas com bancadas, o deputado estadual reeleito Mauro de Nadal (MDB) conseguiu vencer a queda de braço com Valdir Cobalchini (MDB) pelos votos emedebistas e Milton Hobus (PSD) continua articulando uma alternativa.

Neste cenário, avança no Legislativo a ideia de que Garcia assuma a presidência nos primeiros anos de mandato. O experiente parlamentar até agora costura uma parceria com os emedebistas, sem visar a chegada ao comando da Alesc já em 2019, mas de olho na construção de um bloco político. Nessa lógica, que avançaria para as eleições de 2020 e 2022, Garcia teria um MDB como parceiro e Nadal seria eleito presidente da Alesc em fevereiro. O pessedista – se ainda for pessedista – se credenciaria para presidir o parlamento na segunda metade da legislatura, quando serão feitas as costuras da eleição estadual.

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No entanto, o plano original de Garcia esbarra na resistência de algumas bancadas em entregar a presidência da Alesc ao MDB diante da impressão geral de que o partido está costeando o alambrado do governo pesselista. A lógica apontada por deputados de diversos partidos é de que o parlamento precisa de um presidente menos atrelado a esse movimento de adesão. Há, nesse contexto, parlamentares tentando convencer Garcia a ser candidato agora – algo que ganhou corpo nos últimos dias.

Também nessa lógica,  a candidatura de Hobus pode ganhar fôlego, com o ainda deputado Gelson Merisio (PSD) – derrotado por Moisés na disputa pelo governo estadual – atento nos bastidores. Na próxima semana a bancada pessedista se reúne e essas divergência devem ficar explicitadas. Kennedy Nunes, por exemplo, diz que não quer acordo com o MDB e nem com o novo governo. Aliás, é bom prestar atenção ao deputado federal de Joinville.

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Ele deve voltar a vestir a camiseta de oposicionista ferrenho que o marcou nos tempos em que Luiz Henrique da Silveira (PMDB) governava Santa Catarina. Na quarta-feira, ele conseguiu fazer avançar um projeto para obrigar oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros da reserva que sejam escolhidos secretários de Estado a escolherem o salário da aposentadoria ou o de secretário. Hoje, seria possível acumular. Uma provocação com endereço certo diante de um secretariado em que a farda terá grande peso.

 

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