A cada dia fica mais claro que não há espaço para o ex-governador Raimundo Colombo e o ex-deputado estadual Gelson Merisio no PSD catarinense. Sexta-feira, ambos se manifestaram por causa dos rumores de que Gilberto Kassab estaria pronto para intervir no diretório estadual do PSD, afastando Merisio do comando e cancelando a convenção marcada para junho. E essas manifestações vieram ao estilo deles.

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Em nota oficial, cada palavra medida com o cuidado e a cautela que o caracterizam, Colombo disse que “ninguém deseja intervenção no PSD”, que acredita no diálogo, que “política não é força, mas sim respeito”. Fala em “restabelecer a harmonia” e na “formação de uma base intelectual, ouvindo a sociedade e dando oportunidade para o novo”. Mais Colombo, impossível.

Por sua vez, Merisio telefonou. Logo deixou clara a disposição para o confronto

– Então um dos dois está mentindo. Porque o Kassab me chamou e disse que a intervenção era um pedido do Colombo e do Jorge Bornhausen – disparou.

Além disso, Merisio disse que o ex-governador já havia pedido a intervenção em março do ano passado, no período pré-eleitoral, e que deveria visitar os prefeitos do partido no interior do Estado em vez de ir a São Paulo tramar com Kassab. Mais Merisio, impossível.

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Há nessa disputa entre o ex-governador e o último candidato do partido ao governo muita mágoa em relação à campanha eleitoral, mas também o choque geracional pessedista. Merisio liderou um projeto que colocou os caciques na margem. Perdeu no segundo turno para Carlos Moisés (PSL) e agora enfrenta a reação do grupo, empoderado pela posição de Júlio Garcia no comando da Assembleia.

A velha guarda se movimenta, negocia a adesão do ex-tucano Napoleão Bernardes, conversa com o time de Paulo Bornhausen – que cumpre aviso prévio no PSB. Ou seja, monta um projeto que prescinde de Merisio. Ele sabe, mas vai reunir sua tropa para resistir – ou buscar outro lugar.

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