A Polícia Civil, por meio da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Joinville, prendeu 31 pessoas suspeitas de integrarem uma quadrilha especializada em furtos e roubos de veículos. De acordo com Paulo Norberto Koerich, delegado geral da Polícia Civil de Santa Catarina, a quadrilha agia, principalmente, na região Norte e no Litoral Catarinense. Também foram cumpridos mandados em Araquari, Blumenau e Pomerode.
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— Esta organização, que tinha ramificações em outros estados do país, como Paraná, Minas Gerais e no Mato Grosso, praticava diversos furtos e roubos de veículos. Tanto que, desde o início das investigações, 25 veículos já foram recuperados, além de 14 no dia de hoje, totalizando 39 veículos furtados — aponta Koerich.
Durante a operação intitulada "Freio de Mão", foram cumpridos 79 mandados na manhã desta terça – 27 de prisão temporária e 52 de busca e apreensão –, outro mandado de prisão ainda deve ser cumprido nas próximas horas. A polícia ainda prendeu quatro pessoas em flagrante, foram encontradas drogas, arma e grande quantia em dinheiro na casa dos suspeitos.
As investigações iniciaram em fevereiro deste ano depois que as equipes da DIC de Joinville verificaram muitos dos crimes de furto e roubo de veículos eram praticados por uma mesma organização criminosa, radicada no município.
De acordo com o delegado Murillo Batalha, responsável pelas investigações, inicialmente foi identificado o líder do grupo e depois as ramificações. O suspeito de ser o líder está detido no Presídio Regional, por crimes da mesma natureza, e estaria orquestrando todos os assaltos de dentro da cadeia.
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— A investigação demonstrou que ele é o "cérebro" da organização e ainda banca financeiramente os demais integrantes. Os desmanches de veículos eram todos de propriedade dele — aponta o delegado.
Ordens partiram de dentro do presídio
Segundo Batalha, a ordem de quais veículos deveriam ser furtados saía de dentro do presídio e a maioria dos crimes acontecia em Joinville. Depois, os carros eram encaminhados para Araquari onde permaneciam por alguns dias. No trâmite, os criminosos tentavam encontrar compradores para os carros em outros estados. Caso fosse localizado, o carro era clonado e encaminhado para a cidade da venda; se o item não fosse vendido, ele seguia para um desmanche onde as peças eram vendidas.
Um dos desmanches funcionava em Pomerode – local que foi fechado pela Polícia Civil em maio deste ano. Nos dias seguintes ao fechamento, um novo local já havia sido aberto pelos criminosos em Joinville. Conforme Batalha, a quadrilha agia com celeridade, situação percebida pela grande quantidade de crimes praticados.
Das 31 prisões ocorridas nesta manhã, uma delas aconteceu em Blumenau e as demais em Joinville. Dentre as pessoas presas nesta manhã, cinco eram proprietárias de desmanches. Ainda de acordo com o delegado, os envolvidos tinham ciência de que as peças adquiridas nestes locais eram provenientes furtos. A polícia não descarta a possibilidade de que mais pessoas estejam envolvidas nos crimes.
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Cerca de 150 policiais civis de várias comarcas de Santa Catarina participaram da operação nesta manhã.
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