Cerca de 100 caminhões de ajuda humanitária da Organização das Nações Unidas (ONU) foram autorizados a entrar no território palestino da Faixa de Gaza, segundo o porta-voz do Gabinete de Assuntos Humanitários da organização, Jens Laerke. Há quase três meses nenhum auxílio tinha sido autorizado a entrar no local, provocando a escassez de alimentos, água potável, combustível e medicamentos no território palestino, em guerra há mais de 19 meses. Nesta terça-feira (20), o diretor de ajuda humanitária da ONU, Tom Fletcher, disse temer que 14 mil bebês poderiam morrer se nenhum alimento, combustível ou remédio entrasse em Gaza nas próximas 48 horas.

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Segundo a agência da ONU para os refugiados palestinos, “a única coisa que entra em Gaza são bombas”, pelas dificuldades enfrentadas para enviar suprimentos para as vítimas. Somente cinco caminhões com alimentos foram autorizados a entrar até o momento pelo primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, para evitar a fome em Gaza, nesta segunda-feira (19).

Em um comunicado, a agência disse, ainda, que “a intensificação dos bombardeios israelenses por via aérea, terrestre e marítima causou centenas de vítimas e deslocamento em massa” e que “a Faixa de Gaza enfrenta provavelmente a sua pior crise humanitária desde outubro de 2023”.

A Oxfam Intermón também afirmou que a falta de ajuda em Gaza “não representa qualquer progresso” e pediu para que os “bombardeios incessantes” acabem. Segundo o líder da Osfam Intermón, Wassem Mushtaha, dois milhões de pessoas estão à beira da fome.

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Para Israel, o bloqueio tem como objetivo pressionar o Hamas e deve permanecer até que o país tenha “uma área estéril sob controle das Forças de Defesa de Israel (IDF) para distribuição de alimentos e medicamentos”.

“Carnificina”

Uma declaração do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, sobre a situação em Gaza também repercutiu nesta terça-feira. Segundo ele, o governo brasileiro vê uma “carnificina” acontecendo na região.

— Acredito que é uma situação terrível o que está acontecendo. Há uma carnificina. É uma coisa terrível o que está acontecendo. Há um número elevadíssimo de mortes de crianças. É algo que a comunidade internacional não pode ver de braços cruzados — disse.

*As informações são da Agência Brasil, BBC e g1

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