De tempos em tempos, manchetes assustadoras viralizam nas redes sociais: “cobra engole homem inteiro”. Embora pareça roteiro de filme, esse tipo de caso realmente já foi registrado, mas é muito mais raro do que a internet faz parecer.
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Entenda quais espécies podem consumir um ser humano, como conseguem fazer isso e por que essas situações quase nunca ocorrem.
Quais cobras são capazes de comer uma pessoa?
Apesar da fama assustadora, apenas poucas espécies no mundo têm estrutura corporal e força suficientes para ingerir presas muito grandes, incluindo eventualmente um ser humano.
Entre elas, destacam-se a píton-reticulada e a sucuri-verde (anaconda), conhecidas por capturar e devorar animais como capivaras, porcos e até jacarés em ambiente natural. Mas, ao contrário do mito popular, a sucuri não tem histórico comprovado de comer pessoas.
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Os raros registros confirmados cientificamente envolvem pítons-reticuladas no Sudeste Asiático, em regiões rurais com forte interação entre serpentes e comunidades humanas. São episódios extremos e documentados com fotos e vídeos, mas ainda assim excepcionais.
Ou seja: embora fisicamente capazes, essas cobras não saem por aí buscando humanos como refeição. Segundo biólogos do Instituto Butantan, não existe evidência de comportamento predatório direcionado a pessoas, especialmente no Brasil. O medo existe,mas o risco real é mínimo.
Como essas cobras gigantes conseguem engolir presas tão grandes?
Pítons e sucuris não têm veneno. Em vez disso, são cobras constritoras: elas atacam com um bote rápido, enrolam o corpo ao redor da vítima e aplicam uma força esmagadora. Ao contrário da crença popular, a morte da presa não ocorre apenas por asfixia; o principal mecanismo é o colapso circulatório, que para o coração em poucos minutos.
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Depois de imobilizar o animal, entra em ação uma poderosa anatomia adaptada para refeições gigantes. Essas serpentes possuem mandíbulas bipartidas, ou seja, não são rigidamente conectadas como nos mamíferos. Isso permite que abram a boca em ângulos surpreendentes.
As costelas flexíveis e o corpo expansível completam o processo, possibilitando a deglutição de presas com diâmetros muito maiores que o delas.
Mesmo com toda essa capacidade impressionante, humanos não fazem parte da dieta natural dessas espécies. Quando casos ocorrem, são fruto de condições específicas, isolamento, falta de outras presas e contato direto com comunidades locais.
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Veja também: as espécies de Surucucus-pico-de-jaca existentes no Brasil
Por que casos envolvendo humanos são tão raros?
Para começar, pessoas não são o alimento ideal para esses animais. Além de sermos grandes e de formato relativamente difícil para a deglutição, normalmente vivemos longe do habitat natural dessas serpentes. A maioria das ocorrências relatadas vem de vilarejos rurais em florestas tropicais, onde humanos e grandes serpentes compartilham território mais de perto.
Outro fator importante é o comportamento natural dessas cobras. Elas preferem presas que ofereçam menor risco e maior retorno energético, como mamíferos selvagens e animais aquáticos. Atacar um humano costuma representar mais gasto de energia e maior chance de ferimentos graves na serpente, algo que vai contra sua lógica de sobrevivência.
Por fim, o número de cobras com porte para realizar algo assim é extremamente reduzido. Mesmo entre pítons e sucuris, apenas indivíduos muito grandes seriam capazes disso. E tais exemplares são raros na natureza, em parte devido ao impacto ambiental e ao avanço humano sobre seus habitats.
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