A WePink, empresa de cosméticos da influenciadora Virginia Fonseca, acumula mais de 120 mil reclamações de consumidores em menos de dois anos, segundo o Ministério Público de Goiás. Uma ação civil foi protocolada na quarta-feira (8) pelo MP em conjunto com o Procon. As informações são do g1.

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Entre as principais queixas estão propaganda enganosa, atrasos na entrega e exclusão de críticas nas redes sociais. De acordo com o promotor de Justiça Élvio Vicente da Silva, as denúncias incluem ainda falta de reembolso e atendimento ineficiente, além da falta de entrega de produtos pagos, dificuldades na hora de solicitar o reembolso e um péssimo atendimento pós-venda.

Veja as práticas abusivas listadas na ação

  • Falta de entrega de produtos: consumidores que pagaram pelos produtos e nunca receberam;
  • Descumprimento de prazos: alguns atrasos ultrapassaram sete meses;
  • Dificuldade de reembolso: resistência da empresa em devolver valores pagos;
  • Atendimento deficiente: o sistema é automatizado, mas não resolve os problemas;
  • Exclusão de críticas: a empresa removeu comentários negativos nas redes sociais;
  • Produtos com defeito: os cosméticos chegam estragados na entrega e estão diferente do enunciado.

Segundo o MP, apenas em 2025, já foram registradas 30 mil reclamações até a data da ação. Em 2024, foram 90 mil. O documento estima que o total de consumidores afetados possa chegar a 300 mil, considerando os casos não oficializados.

Ainda conforme a promotoria, a estratégia de “flash sales” (ofertas-relâmpago) criou um senso artificial de urgência, induzindo à compra impulsiva e explorando a vulnerabilidade psicológica das pessoas. O uso da imagem da influenciadora tem agravado a situação, pois milhares de seguidores confiam em sua recomendação, segundo o MP.

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“Diante de toda essa situação, o Ministério Público pediu a suspensão dessas lives enquanto não forem regularizadas as pendências, criar um SAC eficiente, humanizado, em 30 dias, com resposta em 24h por cada reclamação”, afirmou o promotor.

O Ministério Público pede que a WePink ressarça integralmente os clientes lesados e propõe uma multa de R$ 1 mil por cada infração cometida contra o consumidor, além de indenização punitiva e educativa no valor de R$ 5 milhões. Outra indenização reparatória, individual, ainda será calculada.

O advogado da empresa, Felipe de Paula, informou ao g1 que a WePink ainda não foi citada na ação e, portanto, “não tomou conhecimento dos termos”.

WePink também foi autuada pelo Procon

O Procon-GO informou que a empresa já havia sido autuada no final de setembro por não entregar produtos dentro do prazo prometido. A fiscalização constatou que os itens foram anunciados e vendidos nacionalmente, inclusive em transmissões ao vivo com influenciadores, mesmo diante do alto número de reclamações.

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Em nota enviada ao g1, a defesa da WePink afirmou que a empresa não recebeu a primeira notificação enviada no início do ano, mas apresentou defesa após uma segunda notificação. A defesa destacou que a autuação “ainda não é definitiva” e que a empresa “não sofre mais com atrasos frequentes”.

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