De frente para uma pequena praia de areia branca e mar calmo, delimitada por pedras e cercada de mata nativa, fica um dos pontos mais sinistros de Santa Catarina: o antigo hotel Tinguá, em Governador Celso Ramos. O local teve seu auge na década de 1980, mas acabou abandonado, e ganhando fama de mal-assombrado nas redes sociais.
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O hotel guarda uma história trágica envolvendo a morte da proprietária e a disputa do local por irmãos, que acabaram morrendo em seguida. Hoje em dia, o espaço se transformou em ruínas. As paredes estão depredadas e pichadas, e costumam receber a visita de curiosos, atraídos pela fama “macabra” do local.
— A gente viu muitos vídeos no TikTok falando sobre os pontos turísticos (na cidade). O hotel fica numa localização muito interessante, porque é na beira do mar, tem a vista privilegiada. Antigamente, era um luxo — conta o atendente de farmácia Luís Felipe Santana, de 24 anos, morador de São José.
A praia paradisíaca
A antiga hospedagem foi construída com vista para a Praia das Bananeiras, uma enseada com cerca de 200 metros de extensão. O local é acessível apenas através de uma pequena trilha, vinda da Praia Grande, ou de uma caminhada de cerca de 10 minutos desde as ruínas do antigo hotel.
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Frequentada principalmente por famílias, a praia conta apenas com um posto de guarda vidas e um recém-inaugurado quiosque.
— O quiosque ajudou a chamar mais gente, porque antes o pessoal tinha que trazer tudo, guarda-sol, cadeira, cooler… — diz Felipe Carlos Guilherme, de 37 anos, proprietário do quiosque junto com a namorada, Vitória Pedra, de 24 anos.
O dono do estabelecimento diz que muitos visitantes aparecem para conhecer o hotel, mas garante que o local não é mal-assombrado. Segundo ele, a maioria dos turistas é argentina. Nos fins de semana, brasileiros também frequentam o local.
Os dois guarda-vidas que atuam na praia são argentinos. Os dois se inscreveram no curso de guarda-vidas civil voluntário, promovido pelo Corpo de Bombeiros Militar (CBMSC), e decidiram aproveitar a oportunidade de trabalhar em Santa Catarina.
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— Consegui conhecer este paraíso, que é muy lindo. E a gente, que mora aqui, recebe muito carinho, amor. Mesmo trabalhando, conseguimos desfrutar de ficar aqui — conta Frederico Prienza, de 31 anos.
Veja fotos da praia e do hotel
O hotel mal-assombrado
A história do Hotel Tinguá, localizado em um morro em frente à Praia das Bananeiras, é antiga conhecida dos moradores da cidade. A morte da proprietária do hotel, Eliane, fez com que o hotel se tornasse herança e motivo de briga entre irmãos.
Algumas diferentes versões da história do hotel circulam, em que se conta que um dos irmãos teria matado o outro, ou encomendado a morte dele. Também são contadas diferentes versões sobre o desfecho do irmão assassino. Há quem diga que ele se matou na prisão, ou que foi solto e por medo de ser preso novamente tirou a própria vida, e até mesmo que ele teria se matado dentro do hotel abandonado.
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Segundo moradores locais, a área foi comprada por uma construtora, com a intenção de lotear o local, que possivelmente iria derrubar o hotel abandonado. Porém, problemas com a rede de água no local fizeram com que o processo fosse barrado por órgãos ambientais. Atualmente, alicerces construídos pela metade e encanamentos abandonados compõem a paisagem de acesso ao hotel abandonado.
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