Em maio de 2024, uma tempestade solar tão forte quanto rara abalou a proteção natural da Terra. O episódio, que muita gente nem chegou a perceber, deixou cientistas em alerta ao mostrar o quanto dependemos de algo que não conseguimos ver.
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O fenômeno encolheu uma região essencial que ajuda a segurar parte das partículas vindas do Sol; e isso trouxe impactos que vão do GPS às auroras que apareceram em lugares inesperados.
Agora, pesquisadores explicam o que aconteceu naquele fim de semana de maio e por que o planeta levou dias para voltar ao normal.
Uma tempestade que pegou até cientistas de surpresa
Nos dias 10 e 11 de maio de 2024, o Sol lançou uma enxurrada de energia em direção à Terra. Essas tempestades acontecem raramente, mas, quando chegam, podem mexer com sistemas que usamos todos os dias, como GPS e internet.
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Naquela ocasião, a energia solar foi tão intensa que apertou a camada de partículas que envolve o planeta. Normalmente, ela forma uma espécie de “almofada” invisível que ajuda a filtrar o que vem do espaço.
Pela primeira vez, cientistas conseguiram acompanhar esse aperto em tempo real graças ao satélite japonês Arase, posicionado exatamente onde os efeitos foram mais fortes.
Auroras apareceram muito longe dos polos
Com a camada protetora apertada, partículas que normalmente ficam mais longe da Terra desceram até regiões onde quase não costumam chegar. O resultado foi surpreendente até para especialistas.
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Auroras — aquelas luzes coloridas que costumam ser vistas perto dos polos — apareceram em lugares pouco habituais, como Japão, México e até partes do sul da Europa. Foi um dos sinais mais visíveis de que algo fora do comum estava acontecendo.
Esses deslocamentos mostram como o campo magnético da Terra pode reagir a tempestades mais fortes. E, quando isso acontece, tudo ao redor também muda, inclusive os equipamentos que dependem de sinais no espaço.
Por que a Terra demorou dias para se recuperar
Logo após o pico da tempestade, a parte superior da atmosfera perdeu grande quantidade de partículas, algo que só satélites conseguem detectar. Essa queda deixou a “almofada” da Terra quase vazia.
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“Monitoramos as mudanças… e vimos o quão drasticamente a plasmasfera se contraiu”, explicou o Dr. Atsuki Shinbori, da Universidade de Nagoya, em entrevista ao portal Science Daily. Foi essa redução, segundo ele, que fez tudo demorar mais do que o normal para se recompor.
Em vez de levar um ou dois dias para voltar ao tamanho habitual, a camada demorou mais de quatro dias, o maior tempo registrado desde que o satélite Arase começou a fazer medições em 2017.
O que isso significa para quem está aqui embaixo
Mesmo sem ser visível, essa proteção é fundamental para o funcionamento de tecnologias modernas. Durante a tempestade, vários satélites tiveram falhas temporárias, sinais de GPS ficaram menos precisos e comunicações por rádio sofreram interferências.
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Saber quanto tempo essa camada leva para voltar ao normal ajuda a prever futuros impactos em serviços essenciais. E, como estamos entrando em um período de maior atividade solar, fenômenos como o de maio podem voltar a acontecer.
Para os pesquisadores, cada evento extremo abre uma janela para entender melhor como o Sol influencia o nosso dia a dia — e como podemos nos preparar para momentos em que o planeta fica mais vulnerável.
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