O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, que anunciou na segunda-feira que aprovaria um novo governo nas 48 horas seguinte, adiou o processo no último minuto por falta de apoio de seu próprio partido, Fatah. A proposta de Abbas não recebeu ontem a aprovação do bloco parlamentar do Fatah.

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Membros do gabinete previsto por Abbas que geraram maior controvérsia pertencem ao partido Terceira Via, do primeiro-ministro, Salam Fayyad, surgido nas eleições de 2006. Os membros do Fatah temem que a inclusão de muitos políticos do Terceira Via no próximo Executivo diminua a influência de seu partido na Autoridade Nacional Palestina (ANP). Além disso, também rejeitaram a nomeação de um novo governo antes da realização da próxima rodada de diálogo entre as facções palestinas no próximo sábado, no Cairo, informa hoje a agência de notícias palestina Ma’an.

O diálogo de reconciliação tem como principal objetivo a formação de um governo de coalizão que acabe com a atual crise política – o Parlamento palestino está inativo, o Fatah governa a Cisjordânia e o Hamas, a Faixa de Gaza – e organize eleições gerais para antes de janeiro de 2010. A nomeação de um novo Executivo por decreto de Abbas apenas quatro dias antes da próxima rodada de diálogo foi vista como uma ameaça para a reconciliação por várias facções, as quais anunciaram que não aceitariam nenhum posto no governo.