Em adultos em repouso, o ritmo normal do coração costuma ficar entre 50 e 100 batimentos por minuto – valores acima ou abaixo dessa faixa já são considerados arritmias cardíacas. 

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No Brasil, muitas pessoas convivem com esse distúrbio sem dar a devida atenção, mas isso pode ser perigoso. Certas atividades e hábitos do dia a dia tendem a aumentar a arritmia, levando a quadros graves de saúde. 

Quem explica melhor é o cardiologista José Carlos Pachón, diretor do Serviço de Eletrofisiologia, Marcapasso e Arritmias do Hcor.

Estimulantes jamais

De uma forma geral, pessoas com arritmia não devem consumir estimulantes de qualquer tipo, incluindo bebidas energéticas e com altas doses de cafeína.

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“Em pessoas sensíveis, mais do que duas a três xícaras [de bebidas energéticas] podem piorar muito as arritmias cardíacas”, afirma em entrevista à Agência Hora.

Além disso, as drogas ilícitas jamais devem ser consumidas por quem sofre com o transtorno.

“Isso, claro, serve para todos nós, independente de arritmias, mas as drogas ilícitas, especialmente cocaína e anfetaminas, causam arritmias graves e, inclusive, fatais”, afirma José Pachón.

Perigos do consumo de álcool

O médico também faz um alerta sobre o álcool, que é uma das drogas lícitas mais consumidas no Brasil.

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“O consumo excessivo provoca várias arritmias cardíacas. Então, é muito importante insistir para que os pacientes evitem o álcool, porque ele é um elemento altamente danoso para o coração e para o cérebro”, revela.

Cuidados com medicamentos

Assim como as drogas tradicionais, alguns remédios, como aqueles para gripe ou emagrecimento, também podem piorar os casos de arritmia.

“Por isso, é fundamental que o paciente informe o médico sobre alguma arritmia que tenha antes de começar a usar novos medicamentos”, recomenda o diretor de Arritmias do Hcor.

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Não para as atividades físicas intensas

As atividades competitivas e de grande intensidade física não devem ser praticadas por pessoas que têm risco de arritmias, porque isso pode provocar morte súbita durante a realização do esporte.

No entanto, essa não é uma regra geral, como explica Pachón. O ideal é fazer uma avaliação cardiológica para entender o que seu quadro permite ou não permite fazer.

Pode ter vida sexual ativa?

Por ser uma atividade física de leve a moderada intensidade, a relação sexual geralmente não é contraindicada.

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A atenção deve ser redobrada apenas em casos de arritmias graves, sem tratamento ou associadas a doenças.

Porém, é importante lembrar que medicamentos para estimular a atividade sexual devem ser evitados.

Quais hábitos ajudam a controlar a arritmia?

Além de entender as limitações, é importante conhecer os hábitos diários que podem ajudar a controlar o problema. 

Segundo Pachón, o primeiro passo é gerenciar o estresse e a ansiedade, pois eles liberam adrenalina, que é um forte gatilho para a maioria das arritmias. 

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“Práticas como a meditação, hobbies e convívio social ajudam muito, assim como dormir bem. A qualidade do sono é fundamental para tratar a apneia, que pode provocar vários tipos de arritmia”, alerta.

Se você ficou assustado com as consequências do esporte de alta intensidade, vale lembrar que a prática regular de exercícios moderados pode, na verdade, ajudar a reduzir a arritmia. 

O mesmo efeito positivo é obtido ao manter uma alimentação equilibrada, controlar o peso, evitar o excesso de sal e cuidar de doenças como diabetes, hipertensão e colesterol elevado.

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Por Vitoria Estrela