A vantagem para os internos que têm acesso ao trabalho dentro da prisão vai além da ocupação, muitos descobrem uma profissão, geram renda e sonham com uma colocação quando voltarem para casa. Pelo serviço, eles têm direito a receber um salário sob critérios semelhantes à CLT, sendo que 75% do valor vai para a família ou uma conta em nome do interno e os outros 25% são repassados para um fundo rotativo para melhorias na unidade.
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– O dinheiro revertido para o fundo penitenciário é aplicado em melhorias no próprio ambiente de convivência, como nas salas de aula (seis atualmente, todas ocupadas), no aumento dos canteiros de trabalho e nas condições para os internos — aponta João Renato Schiitter.
A capacitação auxiliar é a grande motivação para muitos deles. Um detento, de 52 anos, que teve a identidade preservada pela reportagem, cumpre reclusão em regime fechado desde 2013. Ele trabalha para conseguir a remissão da pena e se manter empregado no futuro.
– Já consegui tirar três anos de remissão. Mas esse não é o meu único objetivo. Aqui a gente está aprendendo e meu plano é fazer um bom serviço para quando eu sair, continuar trabalhando na mesma empresa lá fora – almeja.
O retorno também é sentido pela SJC, que acredita que o processo dá ao preso maior chance de ressocialização durante e após o cumprimento da pena.
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“Nota-se uma diminuição de fugas e menos problemas com disciplina nas unidades prisionais com maior número de presos trabalhando. A diminuição dos índices de reincidência criminal e problemas prisionais, quando relacionada às políticas de atividade laboral, exige maior tempo de pesquisa para estabelecer uma correlação de maneira efetiva”, sinaliza a secretaria em nota.