Unindo ferramentas digitais e reflexão sobre a história do Brasil, o Gamer Quiz Afrotech está promovendo educação antirracista nas escolas da rede municipal de Florianópolis. A iniciativa utiliza um quiz interativo com perguntas, imagens e desafios que abordam tradições indígenas, afro-brasileiras e africanas, estimulando o senso crítico e a valorização das identidades que compõem a sociedade brasileira.
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O projeto foi desenvolvido por professores de tecnologia das escolas Almirante Carvalhal (Coqueiros), Batista Pereira (Ribeirão da Ilha), Professora Neuza Paula da Silveira (Ingleses), Adotiva Liberato Valentim (Costeira do Pirajubaé) e Albertina Madalena Dias (Vargem Grande).
Por meio de metodologias ativas, como gamificação e Design Thinking Educacional, o Afrotech transforma conteúdos obrigatórios pela legislação em experiências envolventes e participativas. A dinâmica incentiva os estudantes a refletirem sobre o racismo, reconhecerem as contribuições históricas dos povos originários e utilizarem a internet de forma ética e criativa.

“O projeto tem apresentado resultados muito positivos. Os jovens demonstram maior interesse pelos conteúdos sobre diversidade, passam a refletir sobre a sociedade de forma mais consciente e revelam mudanças de postura no dia a dia — tornando-se mais respeitosos, empáticos e engajados nas discussões sobre igualdade e representatividade”, afirma o professor Josué de Oliveira Pinheiro Filho.
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Atividade interativa e adaptada à realidade pedagógica
O Afrotech funciona na plataforma Wayground (antiga Quizizz), que permite criar quizzes personalizados e acompanhar o desempenho das turmas. O jogo convida os estudantes a descobrir contribuições culturais, científicas e artísticas de diferentes povos, reforçando o respeito, o pertencimento e a valorização dos saberes ancestrais.
O projeto é desenvolvido por uma equipe de educadores: além de Josué, idealizador e especialista em Mídias no Ambiente Escolar, participam as professoras Nali Catarina Pedroso Nunes, Michelle Carvalho Dias Borges, Viviane Lima Ferreira e Elika Silva. A iniciativa integra a área de Tecnologia Educacional do Programa de Educação das Relações Étnico-Raciais (ERER) da Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis.
As atividades incluem planejamento, elaboração de perguntas, aplicação piloto e até torneios entre turmas, com medalhas simbólicas para estimular a participação. Depois de cada etapa, estudantes e professores realizam momentos de reflexão sobre os aprendizados e os impactos sociais abordados no jogo.
Protagonismo estudantil e cumprimento da legislação
O Afrotech atende às Leis nº 10.639/03 e nº 11.645/08, que tornam obrigatória a abordagem das identidades afro-brasileira, africana e indígena no currículo escolar e dialoga diretamente com a BNCC. A iniciativa busca transformar a relação dos estudantes com o ambiente digital, usando-o como ferramenta de reflexão e não apenas de entretenimento.
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“Embora os jovens sejam familiarizados com ambientes virtuais, nem sempre esses recursos são utilizados para promover reflexão crítica. Assim, o Afrotech nasceu como uma proposta coletiva, construída com a colaboração de professores comprometidos com a educação antirracista”, explica Josué.
Segundo os idealizadores, ao integrar tecnologia, diversidade e protagonismo estudantil, o projeto contribui para formar cidadãos críticos, empáticos e conscientes. “A proposta rompe com a ideia de que tecnologia é apenas entretenimento. Aqui, ela se torna instrumento de transformação social e de valorização da diversidade”, destaca a professora Nali Pedroso.
Um projeto contínuo e com expansão planejada
A expectativa é que o Afrotech se torne uma ação permanente dentro da área de Tecnologia Educacional, articulando-se com o ERER e alcançando cada vez mais estudantes. Embora atualmente seja aplicado nos anos iniciais, do 1º ao 5º ano, a equipe trabalha para ampliar o número de turmas contempladas.
O jogo também pode ser utilizado em momentos especiais, como semanas da consciência negra, feiras culturais, interclasses ou mostras de tecnologia, ampliando o alcance das discussões sobre igualdade racial em toda a comunidade escolar.
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Entre os resultados esperados estão o fortalecimento da prática escolar antirracista, o desenvolvimento do pensamento crítico e da empatia, e o uso ampliado das plataformas digitais como ferramentas educativas.
O Gamer Quiz Afrotech integra as ações da Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis no Mês da Consciência Negra e reforça o compromisso da rede municipal com uma educação pública inclusiva, democrática e pautada no respeito à diversidade étnico-racial.
Conforme Lei nº 10.199, a Prefeitura informa que a produção deste conteúdo não teve custo e sua veiculação custou em média R$ 2.550,00.

