Um agente penitenciário foi preso em serviço ao ser flagrado tentando entregar quatro relógios inteligentes (smartwatch) a um preso de alta periculosidade em Blumenau. A situação ocorreu na penitenciária da Ponta Aguda no final da manhã de terça-feira (25), no momento em que os detentos eram retirados das celas para fazer as atividades do dia. Um policial penal percebeu os gestos suspeitos do outro profissional e, abordado, o homem acabou confessando o que estava prestes a fazer.

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Conforme informações da direção da penitenciária, por volta das 11h ocorria o encaminhamento dos presos para atividades laborais ou para as conversas com advogados e familiares. O agente temporário aproveitou o momento para tentar entregar o que pareciam ser quatro apple watch e dois carregadores. Esses equipamentos permitem ligações telefônicas e funcionam como celulares.

O beneficiado com os eletrônicos seria um preso com passagens por crimes como roubo e tráfico. Ele cumpre a pena em um regime disciplinar diferente, para detentos de alta periculosidade. Com o episódio, será levado a outra unidade e ficará isolado.

A suspeita da penitenciária é que o agente já teria feito outras entregas, mas em nenhuma das vezes foi possível flagrá-lo. Recentemente o governo do Estado instalou câmeras de última geração na penitenciária, o que possibilitou, junto com a desconfiança de um policial, o flagrante. Ele relutou a confessar, passou pelo scanner, mas ao final entregou os eletrônicos e recebeu voz de prisão dos policiais penais.

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As investigações por parte da Polícia Penal seguirão. Apesar de temporário, o agente será submetido a um processo administrativo, que pode resultar na proibição dele de ocupar cargos públicos, e deve ser afastado da função.

O agente foi levado à delegacia, mas teria sido liberado após os procedimentos porque o crime de favorecimento real tem pena de três meses a um ano e não cabe prisão em flagrante, algo que só ocorre em delitos com penas acima de quatro anos de prisão. O delegado que atendeu o caso, Henrique Stodieck, contou que o agente alegou que estava sendo ameaçado para fazer o “serviço” da entrega, mas que se arrependeu e não concluiu a missão criminosa. Ele assinou um termo circunstanciado.

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