Agora é oficial. Não pode mais ficar sem roupa na areia ou no mar da Praia do Pinho, em Balneário Camboriú. A prefeita Juliana Pavan (PSD) sancionou na tarde desta sexta-feira (19) o novo Plano Diretor e o documento deixa de prever a área como espaço voltado ao nudismo.

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Ela também assinou um decreto para reforçar a proibição. A medida já está valendo e quem for flagrado descumprindo a norma pode responder por Ato Obsceno, previsto no artigo 233 do Código Penal. Segundo Pavan, a decisão atende a um pedido de moradores da região e da Polícia Militar.

Considerada o berço do nudismo no Brasil, a Praia do Pinho deu visibilidade nacional a Balneário Camboriú. Entretanto, sempre esteve na berlinda devido a queixas de cenas de cunho sexual no local. Os adeptos dizem que isso nunca partiu dos naturistas, que têm regras de comportamento rígidas.

Veja fotos da Praia do Pinho

Em 1984, a Revista Manchete publicou a reportagem “Todo mundo nu em Camboriú”. Uma foto da Praia do Pinho, inclusive, estampou a capa da publicação e repercutiu na época. Casseta & Planeta, da TV Globo, veio pessoalmente ao local para contar como era a prática em Balneário Camboriú.

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Em 2006, o Plano Diretor de Balneário Camboriú passou a prever a área como voltada ao nudismo. Desde então outros projetos de lei tentaram proibir a prática, mas isso só era possível na revisão do documento, o que ocorreu agora, após quase duas décadas da liberação oficial.

A proibição do nudismo na Praia do Pinho teve aprovação na Câmara de Vereadores na quarta-feira (17) e aguardava apenas a assinatura final da prefeita para entrar em vigor.

Federação Brasileira de Naturismo emitiu nota lamentando a decisão da prefeitura e frisou que “a Praia do Pinho não é apenas um espaço geográfico. Trata-se de um marco histórico do naturismo brasileiro, reconhecido nacional e internacionalmente, que por décadas representou um ambiente de convivência respeitosa, liberdade responsável e contato consciente com a natureza”.

A nota cita ainda que “o fim da Praia do Pinho como área naturista representa uma perda histórica, cultural e social, fruto de omissões, desinformação, interesses paralelos e intolerância. Seguiremos defendendo o naturismo como prática legítima, ética e respeitosa, bem como o direito à diversidade, ao diálogo e à convivência democrática. O combate ao crime se faz com lei, presença do Estado e punição aos culpados, não com a eliminação de direitos de quem sempre agiu corretamente”.

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Praias de nudismo no Brasil