Aluna de SC que perdeu dinheiro da formatura no Jogo do Tigrinho quer devolver valor, diz defesa

A defesa da aluna investigada por ter gastado cerca de R$ 77 mil, arrecadados para a realização da formatura de uma turma de Direito, de Chapecó, informou que a jovem pretende tentar recuperar o valor e ressarcir os colegas.

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À reportagem do g1 SC, o advogado Joel Sustakovski enviou uma nota onde confirma que a estudante Cláudia Roberta Silva, de 31 anos “confessou que, de fato, se apropriou dos valores relacionados a formatura da turma de Direito, gastando o valor integralmente com apostas online, em especial, o conhecido “Jogo do Tigrinho”.

Ele destacou também que pretende tentar recuperar o dinheiro perdido nas apostas através de medidas judiciais, e faz um alerta para o risco que a modalidade representa para a saúde financeira e psicológica de várias pessoas (confira a nota na íntegra ao fim da matéria).

Formatura adiada

Cerca de 15 alunos da turma de Direito que concluiu a graduação em 2024 pela Unidade Central de Educação Faem Faculdade (UCEFF), incluindo a investigada, deveriam ter participado da formatura marcada para o último dia 22 de fevereiro.

No entanto, no dia 27 de janeiro, a menos de um mês para o evento, os estudantes ficaram sabendo que a empresa responsável por promover a celebração não havia recebido o valor ainda devido, de R$ 76.992, no prazo. Cláudia, que era responsável pelo dinheiro, havia usado o valor em apostas online, como o Jogo do Tigrinho, e perdido o montante.

Os colegas, então, levaram o caso à Polícia Civil no dia 6 de fevereiro e um inquérito policial foi aberto para apurar a situação. Uma representação foi encaminhada ao Poder Judiciário para tentar rastrear e, se possível, recuperar o valor supostamente desviado, conforme informou a polícia, que trabalha com duas linhas de investigação: apropriação indébita e estelionato.

Agora, os alunos tentam através de promoções como rifas, venda de pizzas e vaquinha online, arrecadar o valor necessário para pagar a empresa e realizar a formatura em maio.

Em nota, a empresa Nova Era Formaturas declarou que não possuía responsabilidade sobre a administração do valor arrecadado e que está empenhada em ajudar a viabilizar a realização do evento na nova data:

“A Nova Era Formaturas vem a público prestar esclarecimentos acerca das recentes notícias envolvendo a subtração de valores arrecadados para a formatura de uma turma de formandos do curso de Direito da UCEFF Chapecó – SC.
A empresa esclarece que não possuía qualquer responsabilidade sobre a arrecadação, administração ou guarda dos valores destinados à realização do evento. A arrecadação foi realizada diretamente pelos formandos, por meio de rateio, sendo os valores depositados em conta bancária de responsabilidade exclusiva dos alunos. Em nenhum momento tais quantias estiveram sob a administração ou custódia da Nova Era Formaturas.
Apesar de não ser responsável pelo ocorrido, a Nova Era Formaturas se solidariza com a situação dos formandos e reafirma seu compromisso com mesmos, ressaltando que está envidando todos os esforços necessários para, em conjunto com os estudantes, viabilizar a realização dos eventos de formatura, de modo a minimizar os impactos do ocorrido e garantir que este momento tão aguardado seja, enfim, concretizado.
Dito isso, reiteramos nosso compromisso com a transparência, profissionalismo e dedicação para tornar a formatura um evento memorável, e seguimos à disposição dos formandos e de seus familiares para quaisquer esclarecimentos adicionais.”

Confira a nota da defesa:

“Conforme já amplamente divulgado antes deste Procurador assumir o caso da Sra. C.R., a mesma confessou que, de fato, se apropriou dos valores relacionados a formatura da turma de Direito, gastando o valor integralmente com apostas online, em especial, o conhecido “Jogo do Tigrinho”.
O que se busca neste momento é o esclarecimento dos fatos, principalmente aos colegas de formatura da suspeita.
Todas as medidas judiciais serão tomadas para tentar recuperar os valores perdidos nas apostas online, assim como serão ressarcidos os valores aos colegas de formatura. No mais, a suspeita aguarda ser chamada na Delegacia de Polícia Civil de Chapecó SC para ser ouvida.
O caso serve de alerta, haja visto que não é um caso isolado, e prova que tal modalidade de apostas leva pessoas a perderem o controle financeiro e emocional, como foi o caso.
Importante destacar que a suspeita também utilizou valores seus e a soma ultrapassa o valor que era destinado a festa de formatura.”

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