Um professor de Educação Física das redes estadual e municipal de Jaguaruna, foi afastado das funções após ser acusado de assédio e importunação sexual contra alunas de 14 e 15 anos. O afastamento foi determinado a pedido do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), com base em uma investigação conduzida pela Polícia Civil. As vítimas chegaram a relatar crises de ansiedade após os assédios, conforme o MP.

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De acordo com o MPSC, os episódios teriam ocorrido entre 2024 e agosto de 2025, além de situações semelhantes relatadas em 2021. As denúncias apontam que, durante aulas e medições físicas, o professor teria tocado rosto, cabelo, costas, cintura e nádegas das estudantes, além de fazer comentários sobre seus corpos, como “cinturinha de boneca” e “vocês estão muito bonitas”.

Em um dos relatos, o homem teria feito um comentário de conotação sexual ao ver uma aluna enchendo uma bola, o que a deixou constrangida. Também há registros de abraços prolongados, pedidos para seguir as adolescentes em redes sociais e intimidação após as denúncias. Conforme a decisão judicial, as vítimas relataram constrangimento, crises de ansiedade e passaram a evitar aulas para não se expor a novas situações.

O MPSC afirmou que a aplicação de medidas cautelares é necessária diante dos relatos colhidos. As determinações incluem a proibição de acesso às escolas onde ele lecionava, o impedimento de contato com vítimas e testemunhas, inclusive por meio de redes sociais, aplicativos de mensagens ou terceiros, e a obrigação de manter distância mínima de 300 metros.

O órgão destacou ainda que o investigado trabalhava em duas instituições do mesmo município, o que poderia facilitar a influência sobre as vítimas e comprometer a coleta de provas. Antes da decisão judicial, um processo administrativo já havia afastado o professor por 60 dias de uma das escolas, mas o MPSC entendeu que as medidas deveriam ser ampliadas também à esfera criminal. O descumprimento das restrições pode resultar na decretação de prisão preventiva.

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Procurada pelo Jornal do Almoço, da NSC TV, a Prefeitura de Jaguaruna informou que não irá se manifestar até a conclusão do procedimento administrativo, por se tratar de processo sigiloso. Já a Secretaria de Estado da Educação (SED), por meio da Coordenadoria Regional de Educação (CRE) de Tubarão, confirmou, em nota, que o professor foi afastado e não faz mais parte da rede estadual. No comunicado, a pasta ressaltou que repudia qualquer tipo de violência praticada dentro ou fora das escolas estaduais de Santa Catarina.