A cantora Anitta falou sobre o trauma de ter sido vítima de estupro aos 14 anos de idade. O relato foi ao ar no documentário A Great Day with J Balvin, série documental em que o cantor colombiano J Balvin conversa com amigos famosos.
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— Quando era adolescente, aos 14 anos, perdi minha virgindade sendo abusada por alguém que eu conhecia — contou.
No papo, ela relembrou como reagiu ao episódio:
— Para mim, foi uma mistura de sentimentos. Eu não sabia como reagir. Eu não contei à minha família, não contei a ninguém.
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Na conversa com J Balvin, Anitta refletiu sobre o impacto que o estupro teve em sua vida:
— Vivi com isso por muitos anos e, nesse ponto, eu me senti tão suja, miserável e culpada. Eu tinha em minha mente a imagem de um sonho e como eu queria que as coisas fossem, e não eram. E eu me culpei.
Ao ser questionada pelo amigo sobre o motivo de se culpar pelo erro de uma outra pessoa, a cantora respondeu:
— Como mulheres em nossa sociedade, somos treinadas para sentir que tudo é culpa nossa: “É porque você está vestida assim” ou “é porque você se comportou assim”. Quando uma mulher é abusada, [as pessoas perguntam] o que ela fez para ser abusada.
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Revelação foi em 2020
Anitta falou pela primeira vez sobre o abuso em Anitta Made in Honório, série documental sobre sua vida, lançada em 2020.
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— Eu nunca expus isso em público. Eu sempre me coloquei numas relações meio abusivas e, quando eu tinha de 14 para 15 anos, eu conheci uma pessoa. Eu tinha medo dele. Ele era autoritário comigo, falava de forma autoritária. Eu não sei, eu era diferente quando eu era adolescente, eu não era do jeito que eu sou hoje em dia — disse no filme, aos prantos.
— Ele estava muito nervoso, muito estressado, e eu estava com bastante medo das reações dele quando ele estava estressado, e eu acabei perguntando se ele queria ir para um lugar só nós dois — continuou.
— Quando cheguei lá, eu realizei que não era certo eu fazer aquilo por medo. E falei que não queria mais. Mas ele não ouviu. Ele não falou nada. Só seguiu fazendo o que queria fazer. Quando ele acabou, ele saiu, foi abrir uma cerveja e fiquei olhando para a cama cheia de sangue — complementou.
— Faz muito pouco tempo que eu parei de achar que isso é culpa minha, que eu parei de achar que eu causei isso para mim. E eu sempre tive medo do que as pessoas iam falar: “Como ela pode ter sofrido isso e hoje ser tão sexual, ser tão aberta?”. Eu não sei — finalizou
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