Com o sepultamento do papa Francisco neste sábado (26), em uma cerimônia privada na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, os preparativos para a realização da eleição secreta que elege o próximo pontífice, conhecida como Conclave, já começaram. O funeral reuniu mais de 400 mil pessoas e contou com a presença de autoridades e líderes de todo o mundo.

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O Conclave acontece entre 15 e 20 dias após a morte ou renúncia do papa. Levando em consideração que Francisco morreu no dia 21 de abril, a expectativa é que o processo comece com uma missa na Basílica de São Pedro entre os dias 6 e 11 de maio.

Apesar da data ainda ser apenas uma especulação, a Capela Cistina, onde acontece a eleição, será fechada ao público a partir da próxima segunda-feira (28), segundo o Diretório de Museus e Herança Cultural.

O edifício é conhecido mundialmente como um ponto turístico pelas pinturas que embelezam o local. Construído entre 1473 e 1481, ele recebeu este nome em homenagem ao papa Sisto IV.

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Com 40 metros de comprimento, 13 metros de largura e 21 metros de altura, o edifício conta com pinturas de Michelangelo, acusado de promiscuidade pela arte feita no teto do local. Isto porque as pinturas mostravam cenas com figuras nuas, como “A Criação de Adão” e o “Juízo Final”. Mais tarde, calças foram adicionadas, depois da morte do artista.

O local foi usado para a eleição de um novo papa pela primeira vez em 1484.

Luto oficial

O túmulo do papa Francisco poderá ser visitado a partir deste domingo (27), quando um grupo de cardeais deve visitar a basílica.

Além disso, nos próximos dias, Roma e Vaticano entram em um luto oficial pelo papa Francisco, chamado de Novendiales. Ao todo, são nove dias de luto, período que começa após o sepultamento. Durante estes dias, aqueles que entrarem em locais religiosos devem cobrir ombros e joelhos e evitar vestimentas curtas, além de chinelos e blusas sem manga.

Confira a programação do Novendiales

No domingo (27), os atos em sufrágio acontecem na Basílica Vaticana às 10h30min, com funcionários e fiéis da Cidade do Vaticano. O cardeal Pietro Parolin, ex-Secretário de Estado, conduzirá o ato;
Na segunda-feira (28), o ato será presidido pelo pelo cardeal Baldassare Reina, Vigário Geral de Sua Santidade para a Diocese de Roma, com a Igreja de Roma. No dia seguinte, o cardeal Mauro Gambetti, arcipreste da Basílica Papal de São Pedro no Vaticano conduzirá o ato, com os Cabidos das Basílicas Papais;
No quinto dia, a Capela Papal participará da concelebração, presidida pelo pelo cardeal Leonardo Sandri, Vice-Decano do Colégio Cardinalício. Na quinta-feira (1°), a Cúria Romana estará no ato, conduzida pelo cardeal Kevin Joseph Farrell, camerlengo da Santa Igreja Romana;
Na sexta-feira (2), as Igrejas Orientais participam, com presidência do cardeal Claudio Gugerotti, ex-Prefeito do Dicastério para as Igrejas Orientais. No oitavo dia de luto, os membros dos Institutos de Vida Consagrada e das Sociedades de Vida Apostólica serão conduzidos pelo cardeal Ángel Fernández Artime, ex-Pro-Prefeito do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica;
No último dia (4), a Capela Papal volta a participar do ato, com o cardeal Dominique Mamberti, Protodiácono do Colégio Cardinalício.

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Como foi a despedida

O rito contou com a missa de despedida, que iniciou às 5h no horário de Brasília, na Praça de São Pedro, o cortejo até a basílica de Santa Maria Maggiore e a cerimônia de sepultamento, fechada para o público e imprensa.

A missa de funeral foi presidida por Giovanni Battista Re, decano do Colégio dos Cardeais, que destacou a posição do papa contra guerras e relembrou o legado deixado por Francisco na defesa dos mais pobres na homília.

— “Construir pontes e não muros” é uma exortação que ele repetiu muitas vezes, e o serviço da fé como Sucessor do Apóstolo Pedro esteve sempre unido ao serviço do homem em todas as suas dimensões — destacou.

Em seguida, o corpo do líder da igreja católica foi levado para a basílica de Santa Maria Maggiore. A cerimônia de sepultamento durou cerca de 30 minutos, segundo o Vaticano.

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