O crime que tirou a vida de Valtenir Machado, de 53 anos, na comunidade de Linha Moroé, interior de Iraceminha, no último sábado (1º), teve novos desdobramentos após a confissão do autor dos disparos, um homem de 67 anos, que se apresentou à Polícia Civil na segunda-feira (3), acompanhado de um advogado.
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De acordo com as investigações, o caso começou com uma discussão, registrada por câmeras de segurança. As imagens mostram Valtenir chegando de caminhonete e parando em frente à casa do vizinho. O morador, incomodado com o local onde o veículo foi estacionado, inicia uma troca de ofensas.
A briga se intensifica, e Valtenir chega a dar um tapa no rosto do homem mais velho, provocando uma breve luta corporal. Em seguida, o idoso entra em casa, enquanto Valtenir permanece do lado de fora gritando e fazendo provocações.
Minutos depois, o vídeo mostra Valtenir retornando ao local, descendo do veículo, momento que a discussão é retomada. Nessa hora, o suspeito sai armado e faz dois disparos, atingindo o peito da vítima.
Mesmo ferido, Valtenir ainda conseguiu apontar o autor à esposa, antes de perder a consciência. Ele foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros e levado ao Hospital São José de Maravilha, mas não resistiu aos ferimentos.
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Após o crime, o autor fugiu, mas se entregou dois dias depois, após a Polícia Civil representar por sua prisão preventiva. Durante o interrogatório, ele confessou ter atirado, alegando ter sido ameaçado momentos antes pela vítima.
A arma utilizada no crime foi apreendida pela Polícia Científica no dia dos fatos. Em busca e apreensão posterior, os agentes localizaram outra arma registrada em nome do suspeito, além de materiais de recarga e objetos de interesse da investigação.
Segundo a Polícia Militar, o homem de 67 anos já possuía passagens por ameaça, injúria e difamação. Já Valtenir tinha extenso histórico criminal, incluindo homicídio consumado, tentativa de homicídio, disparo de arma de fogo, lesão corporal, ameaça, dano, resistência, desobediência e violência doméstica.
Os dois eram vizinhos e mantinham uma relação conflituosa há meses. Valtenir era inquilino do autor, e desavenças anteriores já haviam sido registradas junto às autoridades.
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A Polícia Civil de Iraceminha, por meio da Delegacia de Polícia de Fronteira, considera que a motivação e as circunstâncias do crime estão esclarecidas, mas o inquérito segue em andamento com novas perícias e oitivas de testemunhas, para determinar se o crime foi cometido em legítima defesa ou se houve excesso na reação.
A instituição destacou que o caso reflete o compromisso da Polícia Civil com o esclarecimento rápido de crimes graves e a responsabilização dos envolvidos.