O caso da família de Gaspar que encontrou 8 filhotes de cobra coral verdadeira dentro de casa nesta semana chamou a atenção. Afinal, o que pode explicar o surgimento de tantas serpentes em um único local repentinamente? Especialistas ouvidos pelo g1 SC explicam que os “bebês” podem ser todos da mesma ninhada e provavelmente a mãe já está longe, pois costuma abandonar os ovos antes da eclosão.
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A coral verdadeira é uma das mais venenosas do Brasil e a fêmea da espécie pode botar de quatro a 12 ovos por ninhada. A mãe dos filhotes do caso em Gaspar não foi encontrada durante o resgate dos bombeiros. O herpetólogo Alex Bergmann acredita, com base no comportamento esperado para o animal, que ela pode ter posto os ovos nas proximidades da residência e deixado o local.
— Depois que a fêmea põe os ovos, geralmente em um buraco na terra, um tronco ou com formigueiro, nesse tipo de estrutura, ela vai embora. Ela não tem nenhum tipo de cuidado em cima desses ovos — comenta.
Vídeo mostra filhotes na sala da casa em Gaspar
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Segundo o biólogo Tobias Kunz, ovos que levam uma média de dois a três meses para eclodir. Embora as corais verdadeiras passem a maior parte do tempo enterradas, são comuns na região e eventualmente podem entrar em casas, caso tenham nascido no entorno.
— Não é provável que os ovos tenham sido postos no sofá ou mesmo dentro de casa, mas sim no entorno, pois estes precisam de alguma umidade, e provavelmente desidratariam e não eclodiriam no ambiente da casa — explica.
Conforme a Fundação Oswaldo Cruz, a espécie tem um veneno neurotóxico muito potente. Na prática, o efeito bloqueia o sistema neuromuscular e causa insuficiência respiratória, visão turva, dificuldades para deglutição e vômito. O tratamento em caso de picada deve ser realizado em hospital.
Apesar disso, segundo Tobias, ela não é tão agressiva como as cascavéis e as jararacas, por exemplo. Por isso, os acidentes por coral também são mais raros.
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— Elas não dão bote, é um processo diferente. A coral dá uma mordida. Ela morde e segura, enquanto a jararaca e a cascavel, por exemplo, elas dão bote. É uma mordida muito rápida que injeta veneno e elas logo soltam — diz o biólogo.
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