Com gastronomia típica à base de frutos do mar, o litoral catarinense é um paraíso para quem gosta de variedade de peixes, moluscos e crustáceos. O estado possui mais de 130 espécies de peixes comercializados, segundo estudo publicado pela pesquisadora Liz Cristina Camargo Ribas, do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC).

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No início deste mês, iniciou-se a pesca da anchova para as embarcações autorizadas no litoral sul do país. Em maio, é a vez da chegada da tainha, tão amada pelos moradores do litoral. As temperaturas mais amenas marcam o início da temporada para essas espécies, quando podem ser compradas frescas em maior quantidade no comércio.

Mas a sazonalidade não é desculpa para não consumir. Outros tipos, como a sardinha, podem ser encontrados durante todo o ano. Apesar da variedade, alguns são pouco conhecidos pela população nativa, como a corvina, galo, gordinho e abrótea. Mas não faltam receitas e modos de preparo distintos para todas as espécies que, apesar de deixadas de lado, possuem grande qualidade nutricional e geram renda aos produtores locais.

Bom para saúde e para o bolso

O brasileiro ainda possui um consumo de carne muito superior em quantidade em relação ao de pescados. De acordo com a última pesquisa de Orçamentos Familiares, divulgada no ano passado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o brasileiro consome em média 50,2 gramas de carne bovina por dia, enquanto os valores para peixes são de 13,1 g para peixe fresco, 0,4g para peixe em conserva e 1,5g para peixes salgados.

Já o estudo da Seafood Brasil produzido pelo IPC Maps coloca Santa Catarina no 15ª lugar no ranking de potencial de consumo de pescados. No entanto, as possibilidades são amplas, seja para o consumo em casa, com produto comprado vivo ou fresco direto da peixaria, seja para uma experiência gastronômica em bistrôs e empreendimentos locais.

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Ricos em proteína e gorduras boas, os pescados também possuem propriedades antioxidantes, cálcio, ferro, ômega 3 e vitaminas. Fortalecem a imunidade, ossos, ajudam a diminuir o envelhecimento e a chance de ter doenças cardiovasculares. Quando considerados os macronutrientes de 100g de corvina e sardinha, por exemplo, eles também contam com quantidade reduzida de calorias, na comparação com outros tipos de proteína animal, como frango e carne.

Santa Catarina ocupa o 15ª lugar no ranking de potencial de consumo de pescados
Atividade pesqueira é destaque em SC (Foto: Divulgação)

E, com o aumento do preço da carne bovina, quando até as de segunda já começam a pesar no bolso, o consumo dos pescados ganha mais uma vantagem. Além da saúde e da proximidade com a cadeia produtiva, o custo-benefício. É possível encontrar o quilo, dependendo da espécie, por até menos de vinte reais. A melhor forma de valorizar a atividade é consumir produtos locais.

Estado é destaque na produção e exportação de pescados

Santa Catarina é um dos maiores produtores de pescado do país, com atividades realizadas em escala artesanal e industrial. As cidades de Itajaí, Porto Belo e Navegantes lideram a atividade pesqueira a nível local. Reconhecida como o maior polo pesqueiro do Brasil, a região de Itajaí abriga a maior unidade de recepção de pescados de toda a América Latina. Além disso, contempla outras diversas indústrias de beneficiamento, como enlatadoras e empresas de congelamento.

A pesca sustenta toda uma cadeia produtiva, desde a retirada do pescado até a manipulação, armazenamento nas empresas e venda em peixarias e mercados. Ainda, a industrialização do produto torna possível aumentar o valor agregado e exportar para outros países.

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O estado catarinense conta com uma frota de cerca de 700 embarcações industriais e mais de 50 mil pescadores. Apenas o Sindicato dos Armadores e das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região possui 447 associados. As embarcações são divididas por modalidade de pesca, como arrasto de camarão rosa, emalhe, vara e isca-viva, long line (espinhel) de superfície ou de fundo, polvo, cerco, arrasto de camarão sete barbas e arrasto de peixe.

Os desembarques nas diversas frotas oscilam ano a ano e interferem na economia local. De acordo com dados da secretaria de estado da Agricultura e da Pesca, Santa Catarina exportou no ano passado 22,7 mil toneladas de peixes, crustáceos, moluscos e derivados. Os embarques ao exterior resultaram em um montante de US$ 38,5 milhões e movimentaram toda a cadeia produtiva do setor, gerando emprego e renda ao estado catarinense.

Quer saber mais sobre o processo de produção de pescados em Santa Catarina? Assista o vídeo elaborado pelo Sindicato dos Armadores e das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região (Sindipi). Ao consumir pescados, você valoriza toda a cadeia produtiva e a economia local.

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