Controlador e violento. É assim que a polícia define Ramzi Mohsen Hamdar, de 49 anos, o autor de uma chacina cometida em Joinville. Na madrugada de quinta-feira (11), ele matou a esposa Ingrid Iolly Araujo Silva Berilo e os dois enteados. O crime aconteceu na casa onde eles moravam, no bairro Saguaçu, durante a madrugada de quinta-feira (12). Após o crime, o suspeito se suicidou.
Continua depois da publicidade
Natural do Líbano, Ramzi já morava no Brasil há mais de 20 anos. Atualmente, trabalhava como motorista de aplicativo, mas chegou a atuar como empresário, quando foi proprietário de uma loja de bijuterias. Ele acumulava algumas dívidas por conta desse empreendimento.
Segundo o delegado Dirceu Silveira, Ramzi morava com Ingrid, a vítima da chacina, há cerca de três meses. Ele conheceu a companheira pela internet. Ela era natural do Rio de Janeiro, já tinha morado anteriormente em Santa Catarina, mas voltou para o estado carioca. Em 2022 retornou, com outro companheiro, para SC. Após um período, ela terminou o último relacionamento e conheceu Ramzi.
Chacina em Joinville: testemunhas relatam o que aconteceu horas antes do crime
Autor do crime era violento e controlador
Antes de namorar Ingrid, Ramzi foi casado com outra mulher, com quem teve um casal de filhos. Inclusive, a família teria medidas protetivas contra o homem. A ex-companheira teria o definido como uma pessoa violenta, isso porque foi vítima de agressões praticadas pelo libanês, incluindo violência física, psicológica e moral.
Continua depois da publicidade
De acordo com o delegado, era controlador na vida conjugal e uma pessoa violenta. Além disso, ele teria o perfil de “educação muito rígida”.
— O que nós deduzimos até o presente momento é que, na verdade, esse indivíduo era uma pessoa de extrema capacidade de violência. Ele tinha um convívio muito desgastado com os seus familiares anteriores, inclusive com medidas protetivas judiciais. Há um indicativo, e inclusive informações no inquérito policial, que dizem que ele praticava violências físicas contra essa companheira dele e até os seus filhos — afirma o delegado Dirceu.
Alguns dias antes da chacina, o Ingrid e Ramzi passaram por uma quase separação, mas se reconciliaram. Conforme apurado até o momento, o libanês tinha um histórico de violência psicológica contra a carioca, mas não há relatos de agressão, Além disso, ele e os filhos dela não se davam bem.
— Há uma informação muito precisa de que havia constante violência psicológica em relação à companheira atual dele e havia um desgaste de convivência em relação aos filhos da companheira. Não havia um relacionamento, uma boa convivência entre os familiares das vítimas e o autor — explica.
Continua depois da publicidade
Próximos passos
O inquérito policial tem o prazo de 30 dias para ser concluído. Alguns familiares de Ingrid já foram ouvidos pelo delegado. Nos próximos dias, a Polícia Civil deve localizar e ouvir pessoas próximas do autor e das vítimas, tanto amigos quanto demais familiares. Uma das “peças-chave” da investigação, de acordo com o delegado, é a sogra de Ramzi, a única sobrevivente da chacina.
Rita de Cassia Pereira Araujo Silva, de 60 anos, segue hospitalizada em estado grave no Hospital São José. Ela foi vítima de vários disparos de arma de fogo e foi encontrada ferida em um dos quartos da residência. Após a recuperação, a mulher deve ser ouvida pelos policiais.
— Se nós tivermos a oportunidade de conversar com essa senhora, que ela se restabeleça na sua saúde, sem dúvida, ela vai ser uma peça-chave no inquérito policial, porque ela teve contatos de convivência diária entre a família — afirma o delegado.
Relembre os detalhes do caso
A chacina chocou moradores de Joinville na manhã desta quinta-feira (11). Um homem matou a esposa, dois enteados e baleou a sogra na casa da família, no bairro Saguaçu. Após cometer o crime, o suspeito se suicidou. Vizinhos informaram à reportagem que ouviram disparos por volta das 3h.
Continua depois da publicidade
O Ramzi tinha 49 anos. Conforme apurado no local, Ingrid tinha 40 anos. Já os enteados teriam 11 e 15 anos. A sogra dele, de 65 anos, ainda foi atingida com um disparo, mas resistiu.
Conforme a Polícia Militar, o caso foi descoberto pelo irmão do homem, que foi até a casa e o encontrou caído no chão com uma arma na mão. A mulher foi encontrada caída no corredor. Já o menino de 15 anos, foi encontrado sem vido próximo da avó. A menina de 11 anos estava deitada na cama.
Conheça os tipos de violência e como pedir ajuda
Leia também
Irmão que tentou se vingar é condenado por dupla tentativa de homicídio em Schroeder
Chamas gigantescas se formam após incêndio atingir fábrica de papelão em Jaraguá do Sul







