O que você faria para ajudar quem ama a realizar um sonho? Walter Lautenschlager, de 69 anos, resolveu se desfazer do próprio Fusca 1976 para que a neta consiga cursar a faculdade de medicina. Apoiador incondicional de Pietra Bianca, de 19 anos, o avô colocou o carro à rifa e todo o dinheiro será usado no pagamento das mensalidades.

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A jovem de Blumenau terminou o ensino médio em 2019 e logo passou no vestibular para medicina, mas não conseguiu entrar na universidade porque a família não tinha dinheiro. Ela mora com a mãe, professora da rede pública municipal, e os avós – um aposentado e o outro sem renda. Sem poder trabalhar pois o curso é em período integral, resolveu adiar o sonho. 

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No ano passado Pietra conseguiu aprovação novamente e decidiu arriscar. A família juntou dinheiro e garantiu a matrícula. A jovem começava a viver um sonho e uma angústia, afinal ainda tinha as mensalidades para pagar. Fechou o primeiro semestre com quatro prestações vencidas enquanto tentava conseguir bolsa ou financiamento. 

Resultado? Uma conta de aproximadamente R$ 28 mil, conta a acadêmica. A boa notícia é que agora ela conseguiu um desconto de 25%. Esse percentual já deve ser abatido do montante da dívida, mas ainda tem um valor expressivo para pagar. Ao ver a neta preocupa, o avô resolveu agir.

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— Ele disse para colocarmos o carro à venda. Aí um amigo da minha mãe deu a ideia da rifa. Começamos a vender os números em julho — conta Pietra.

O sorteio pela Loteria Federal só vai ocorrer quando todos os mil números estiverem vendidos. Mais da metade ainda precisam ser comercializados. O valor é de R$ 25 cada e a compra pode ser feita on-line. A família criou até um perfil na rede social para mostrar que o fusquinha está em ótimas condições.

E não era para menos. Walter comprou o carro há cerca de dois anos e fez uma reforma completa. Porém, entre o carro na garagem e a neta formada, ele decidiu pela educação. Pietra e o avô sabem que o caminho ainda é longo. Até lá ela diz que vai seguir tentando o financiamento estudantil para concluir o curso e ajudar a salvar vidas.

— Desistir com certeza não está nos planos — garante. 

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