A imagem de que somente as baratas sobreviveriam ao fim do mundo — mais precisamente, a um apocalipse nuclear — se espalhou pelo imaginário popular como uma verdade quase incontestável. Mas será que esses insetos realmente resistiriam à devastação de uma guerra atômica? A resposta envolve meias-verdades, ciência, exageros e muita resistência biológica.
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Sim, as baratas são incrivelmente adaptáveis. Elas vivem nos lugares mais inóspitos, comem quase tudo e suportam condições que matariam a maioria dos animais. Mas afirmar que elas seriam as únicas sobreviventes de um cenário nuclear é, no mínimo, um exagero. Vamos entender o porquê.
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Um estilo de vida que favorece a sobrevivência
Grande parte da resistência das baratas se deve ao seu modo de vida subterrâneo. Esses insetos costumam habitar esgotos, rachaduras, galerias e tocas profundas, ambientes que naturalmente as protegem da exposição direta à radiação e ao calor extremo de uma explosão.
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Além disso, em locais mais protegidos, a radiação tende a ser significativamente menor, o que aumenta as chances de uma sobrevivência inicial, especialmente em relação ao impacto térmico imediato de um ataque nuclear.
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Comem de tudo, vivem em qualquer canto
Outro ponto a favor das baratas é sua alimentação incrivelmente versátil. Elas são omnívoras e conseguem se alimentar de matéria orgânica em decomposição, restos de papel, sabão e até cola de envelopes. Isso as torna altamente resistentes em ambientes com escassez de recursos, como um mundo pós-apocalíptico.
Além disso, conseguem sobreviver por semanas sem comida e até resistir à desidratação, o que reforça ainda mais a ideia de que são praticamente “imortais”.
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Mas e a radiação?
É verdade: baratas suportam níveis de radiação muito superiores aos dos seres humanos. Estudos indicam que elas conseguem tolerar até 6.400 rads, enquanto uma dose de 400 a 1.000 rads já é letal para humanos. Isso acontece porque suas células se dividem mais lentamente, o que as torna menos vulneráveis à destruição causada pela radiação ionizante.
Porém, isso não significa que elas são imunes. Em níveis muito altos, como os encontrados logo após uma explosão nuclear direta, as baratas também morrem. Ou seja, elas são mais resistentes, mas não indestrutíveis.
De onde vem o mito?
A lenda de que as baratas seriam as únicas sobreviventes de um desastre nuclear surgiu após os bombardeios de Hiroshima e Nagasaki. Na época, relatos indicavam que baratas e outros insetos reapareceram pouco tempo depois das explosões, o que causou espanto. No entanto, esses registros não significam que todas as baratas sobreviveram — apenas que algumas, protegidas em locais subterrâneos, conseguiram resistir.
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Com o tempo, essa ideia foi amplificada por filmes, séries e cultura pop, até virar um dos mitos mais populares da biologia urbana.
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