Às margens do Rio Itajaí-Açu, no Centro de Blumenau, o cenário expõe contrastes. As dezenas de árvores cortadas na Beira-Rio há cerca de dois meses permanecem no local, deixando os galhos e troncos já secos e destoando em relação ao verde da mata ciliar.

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A operação para cortar árvores na margem direita do Rio Itajaí-Açu chamou a atenção dos moradores em agosto. Agora, o que ficou virou motivo de observação dos mais atentos. À época, um laudo técnico da Defesa Civil justificou a retirada total da vegetação localizada abaixo da cota de oito metros de enchente por ela estar “comprometendo a estabilidade do talude (o solo em declive) e obstruindo os sistemas de drenagem”, detalhou a Secretaria do Meio Ambiente e Sustentabilidade.

Houve podas e também remoção de espécies exóticas que estavam acima da cota de oito metros, complementou a prefeitura. A Secretaria de Conservação e Manutenção Urbana, responsável pelo serviço, informou que o material será recolhido até dezembro, conforme o cronograma das atividades — ou seja, quatro meses após os cortes.

“Reforçamos que todas as ações seguiram critérios técnicos e legais, com o objetivo de garantir a segurança da população e a preservação ambiental adequada ao contexto da área”, sustentou a Secretaria de Meio Ambiente.

Nenhuma das secretarias, no entanto, divulgou a quantidade de árvores arrancadas e se pode haver algum prejuízo em deixar o material solto às margens do rio, considerando a possibilidade de cheias. O hidrólogo Ademar Cordero analisou as imagens e tranquilizou que, como o Itajaí-Açu é largo, as árvores não teriam influência sobre o escoamento da água:

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— Se fosse um ribeirão seria prejudicial e poderia trancar em algum bueiro. Mesmo assim, o ideal seria que (os troncos e galhos) fossem pelo menos cortados em pedaços menores, até pelo visual… — disse à reportagem.

Fotos mostram como está o local