O berço do nudismo no Brasil também é reduto de pescadores durante a safra da tainha. Com o fim do verão, a Praia do Pinho, em Balneário Camboriú, deixa de receber tantos banhistas. E com a chegada do outono, o local se torna o ponto de encontro de quem tira o sustento do mar. Na última temporada, foram 11 mil tainhas capturadas pelos pescadores locais. Tudo de uma única vez.
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É o que conta Jedielson Linhares. Ele e o irmão pescam há oito anos na Praia do Pinho, onde há um rancho. É de lá que pelo menos 15 pais de família fazem o chamado arrasto e conseguem renda durante a safra da tainha. Mais do que um ganha-pão dos trabalhadores, a pesca artesanal de tainha foi reconhecida por lei, em 2019, como Patrimônio Cultural do Estado de Santa Catarina.
— A nossa praia é bem agitada por ondas, principalmente quando há certas condições de mar e vento. Às vezes, se torna um pouco perigosa pelo tamanho das ondas que se levantam ali, mas graças a Deus a gente tem conseguido fazer uma boa pesca ao longo desses anos — conta Jedielson, que une a paixão pela pesca nos momentos de lazer com o trabalho quando o frio chega.
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A cota na captura da tainha é uma preocupação constante para os pescadores. O Ministério da Pesca estabeleceu para essa temporada em SC o limite de 1.100 toneladas de peixe na modalidade arrasto de praia, que é a desenvolvida por Jedielson e os colegas. O problema é que esse valor pode ser alcançado, por exemplo, por pescadores de uma única região, que esteja com melhores condições de vento e temperatura do mar. E aí quando o limite é atingido, ninguém mais no Estado pode pescar.
Enquanto a questão ainda é alvo de ações judiciais, os trabalhadores da Praia do Pinho ficam de olho no mar diariamente, desde quando o sol nasce até a hora que ele vai se por. E quando os peixes são avistados, é mãos à obra para puxar tudo para a areia.
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