Uma história de afeto, dedicação e aprendizado vem do Oeste de Santa Catarina e emociona quem conhece a rotina de Pedro Donato, de 91 anos, e da bisneta Brenda Schiavo, de 11. No interior de Águas Frias, o idoso voltou a estudar com a ajuda da menina, que assumiu o papel de professora dentro da própria família.
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As aulas acontecem na Linha Serafina, onde Pedro mora. Todos os dias, depois do almoço, Brenda caminha cerca de cinco minutos até a casa do bisavô. Lá, eles se sentam, trocam cadernos e começam a lição. A iniciativa começou em 2022 e, desde então, virou parte da rotina dos dois.
— Eu juntei a família e perguntei se aceitariam a minha ideia. Todo mundo apoiou. Depois vim falar com ele, perguntei se aceitava estudar comigo e ele topou. Fico feliz por ver ele aprendendo — cita Brenda.
O que começou como uma brincadeira logo se tornou algo sério. As aulas seguem um cronograma organizado pela própria estudante, com matérias diferentes a cada dia. Entre elas estão português, matemática, história, geografia, inglês, ciências, artes e até educação física, adaptada à idade do aluno.
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— Educação física não dá pra correr, né? Porque ele tem 91 anos. Mas a gente faz exercícios leves, brincadeiras e jogos — explica a mini professora.
Além da alfabetização e das contas básicas, Pedro também está aprendendo a lidar com a tecnologia. Com paciência, Brenda ensina o bisavô a mexer no celular, escrever mensagens e entender funções simples do aparelho.
Sem ter tido oportunidades de estudar quando era jovem, por conta do trabalho, Pedro agora anota tudo o que aprende. À NSC TV, ele contou que as aulas são uma forma de aprender, se distrair e ocupar o tempo.
— Serve também para entreter. A gente passa o tempo e curte um pouco a vida. Tem coisa que a gente entende, tem coisa que não entende. As coisas são muito diferentes hoje em dia — diz, em tom bem-humorado. — E a professora é exigente. Um pouco nervosa às vezes — brinca.
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A família acompanha tudo de perto e se orgulha da dedicação dos dois. A mãe de Brenda, Marilei Alves, conta que a ideia surpreendeu, mas logo mostrou resultados muito além do aprendizado.
— A gente achou que seria só por alguns dias, que ela ia cansar. Mas não. Já faz quase quatro anos. Ele é muito disciplinado, não perde uma aula. Como mãe, fico muito feliz — afirma.
Na escola onde Brenda estuda, a iniciativa também é motivo de orgulho. A diretora Liane Galão destaca o exemplo de empatia e compromisso da aluna.
— O que a Brenda faz pelo bisavô é emocionante e gratificante. Gostaria que mais crianças fizessem um pouco do mesmo pelos pais e avós — ressalta Liane Galão
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*Com Felipe Giachini, da NSC TV.






