O bispo emérito de Blumenau, Dom Angélico Sândalo Bernardino, morreu na noite desta terça-feira (15) aos 92 anos. A informação foi divulgada pela Arquidiocese de São Paulo, onde o religioso foi bispo auxiliar e morava atualmente.
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Em nota, a instituição disse que desde novembro do ano passado Dom Angélico passou por meses de internação e cirurgias no Hospital Santa Catarina, na capital paulista. Por fim, ele estava sob cuidados domiciliares na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na Vila Zatt.
“Com profundo pesar, a Diocese de Blumenau comunica o falecimento de Dom Angélico Sândalo Bernardino. Unimo-nos em oração a todos os que partilham deste momento de luto, especialmente aos familiares, amigos e fiéis que caminharam com ele ao longo de sua vida e ministério”, diz comunicado.
Dom Angélico entrou para a história como primeiro bispo da Diocese de Blumenau, desde a sua criação em 2000. Ainda não há detalhes sobre o velório e sepultamento.
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A trajetória
Nascido em Saltinho (SP) e conhecido pelo trabalho a favor dos direitos humanos na periferia da capital paulista, teve a vida retratada no documentário “Dom Angélico e o Grito do Povo”. O projeto do Instituto Vladimir Herzog incluiu ainda uma plataforma multimídia com a biografia do bispo emérito.
Parceiro de Dom Paulo Evaristo Arns, Dom Angélico começou a trajetória de evangelização aos 40 anos, na zona leste da cidade de São Paulo. Ao lado do povo, denunciava a violência de Estado, marchava com os trabalhadores, estimulava a comunicação popular e lutava pelo direito à moradia.
Em Santa Catarina, foi nomeado o primeiro bispo diocesano em Blumenau, em 2000, onde viveu por nove anos. Depois, retornou a São Paulo. Em maio de 2022, quando o presidente Lula se casou com a segunda esposa, Janja, Dom Angélico ficou responsável pela benção ao casal.
No começo deste mês, Lula e Janja visitaram Dom Angélico. O presidente compartilhou o momento nas redes sociais e escreveu:
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“Ao longo de nossas vidas, dividimos muitos momentos e histórias. Eu o conheci durante as greves dos metalúrgicos do ABC, nos anos 70 e 80. Foi quando nos tornamos amigos. Dom Angélico celebrou meu casamento com Janja, casou meus filhos, batizou meus netos. Fiquei muito feliz de poder reencontrar meu amigo de longa data. Que Deus esteja contigo, Dom Angélico”.
O padre Júlio Lancellotti, também forte ativista das causas humanitárias, publicou nas redes sociais fotos e mensagens de despedida ao amigo. “Dom Angélico está no céu, com os anjos louvando a Deus. Gratidão por tudo, querido amigo dos pobres”, escreveu.