Entre as ironias amargas do destino, essa certamente foi a mais impactante para o sargento Robson Portela, do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina. Com 30 anos de carreira na corporação, jamais imaginou que um dia “estaria do outro lado” ao ver a casa completamente destruída por um incêndio. Morador de Rodeio, no Vale do Itajaí, o profissional perdeu tudo o que tinha no lugar onde vivia com a esposa e quatro dos cinco filhos. Agora, é ele quem precisa de ajuda.
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Aos 48 anos, Robson entrou para a corporação aos 18. Natural de Curitibanos, começou a trajetória militar na cidade de origem, mas atuou em outros municípios, como Campos Novo, Fraiburgo e Timbó. Há quase meia década lidera o setor de segurança contra incêndios que atende Rodeio, Apiúna e Ascurra. Quando se mudou, construiu junto com o primogênito a própria casa. No domingo (13), porém, viu tudo virar cinzas.
— Trabalhei em combates e lembro o quanto me abalava ver as famílias observando o que restou depois que o fogo era apagado. Dessa vez a família era a minha — lamenta.
Robson, a companheira, que é professora, e os filhos de 3 a 14 anos estavam de passeio em Curitibanos quando receberam a ligação de vizinhos para avisar sobre o ocorrido. Voltaram às pressas e durante o trajeto de cerca de quatro horas sentiram a angústia por não saber o que encontrariam. Móveis, roupas, fotos, documentos… Não restou uma parede sequer.
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— As crianças dizem: “Vamos para casa”, mas não temos para onde voltar. É triste porque não é só pelo bem material, são lembranças que se foram. Já chorei, desabei, mas agora é voltar à rotina o mais rápido possível — comenta.
Enquanto procura algum imóvel para alugar, o casal está no apartamento da sogra do bombeiro, em Timbó. Como o terreno em Rodeio é de propriedade da família, o plano é construir um novo lar. O problema, claro, são os custos. Por isso, parentes organizaram uma vaquinha online para tentar reunir parte do dinheiro e auxiliar nesse recomeço. Para doar qualquer quantia, clique neste link.
— É uma ironia: um bombeiro perder a casa para um incêndio. Foi duro — desabafa.
Uma perícia para identificar como o fogo iniciou foi feita no imóvel, mas o laudo ainda não está pronto. Robson acredita que provavelmente tenha ocorrido um curto-circuito. A residência de madeira, então, foi destruída com rapidez. Os bombeiros voluntários da região e os militares de Timbó apagaram as chamas no último domingo.
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