O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (21) que o governo não vai deixar a mesa de negociação com os Estados Unidos sobre o tarifaço anunciado pelo presidente do país, Donald Trump. As declarações do ministro foram dadas em entrevista à rádio CBN. Haddad disse que a área econômica já trabalha em um plano de contingência para ajudar os setores afetados pelo eventual tarifaço. As informações são do g1.
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— Vamos continuar lutando para ter a melhor relação possível com o maior mercado consumidor do mundo, vamos lutar por isso. Mas não vamos deixar ao desalento os trabalhadores brasileiros, vamos tomar medidas necessárias — declarou Haddad.
Segundo o ministro, um grupo trabalha em opções de ajuda aos setores afetados pelo possível aumento do imposto de importação dos EUA, mas as possibilidades ainda não foram apresentadas ao presidente Lula (PT).
— Em uma situação como essa, a Fazenda se prepara para todos cenários. Temos plano de contingência para qualquer decisão que venha ser tomada pelo Presidente da República [Lula] — acrescentou.
Haddad declarou, ainda, que esse plano de contingência não necessariamente vai implicar novos gastos públicos. Ele usou a ajuda ao Rio Grande do Sul como exemplo, onde foram usados outros instrumentos além do aumento de despesas, como linhas de crédito.
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De acordo com o ministro, mais da metade das exportações atuais aos EUA podem ser direcionadas para outros países, mas “isso leva um tempo” pois há contratos assinados com as empresas norte-americanas.
— E tem coisas que não tem outro destino possível, pois foi uma demanda de lá. Temos consciência de setor a setor, e estamos trabalhando a nível de empresas. Vamos atuar para minimizar ao máximo essa situação que estamos tendo — disse o ministro Haddad.
Consequências do tarifaço
Segundo Haddad, a implementação do tarifaço pelo governo dos EUA resultará em consequências não somente para as empresas brasileiras, mas também para as companhias e para os cidadãos norte-americanos.
Ele diz que o café da manhã pode ficar mais caro nos EUA, por conta da sobretaxa de 50% ao café, suco de laranja e carnes brasileiras. Do mesmo modo, a indústria aeronáutica americana também pode ser prejudicada.
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— A Embraer, por exemplo, compra 45% dos componentes dos aviões dos Estados Unidos. Eles [empresas norte-americanas] precisam exportar para cá e também — declarou Haddad.
*Sob supervisão de Luana Amorim
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