O Brasil registrou 141 novas mortes entre a quarta (8) e a quinta-feira (9) e chegou a 941 óbitos causados pelo novo coronavírus desde o início da pandemia. Na quarta, o país contabilizava 800 casos.
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Pelo terceiro dia consecutivo, o país registrou em um dia o maior número de mortes por causa da Covid-19.
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O número representa um aumento de 18% nas últimas 24 horas. Os números são do Ministério da Saúde e foram divulgados às 17h desta quinta, antes da entrevista coletiva em que o governo atualiza a situação da Covid-19 no país.
Já o número de casos confirmados saltou de 15.927 para 17.857, o que representa uma alta de 12% nos diagnósticos da doença.
Apesar dos números, o Ministério da Saúde admite que há subnotificação de casos, como ocorre em outros países. Isso acontece porque os exames laboratoriais para identificar a doença são direcionados para pacientes hospitalizados e que apresentam o quadro mais grave da Covid-19.
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Por isso, o número real de infectados pode ser superior ao apresentado nos balanços. A situação deve ser amenizada com a compra e a chegada de mais kits de testagem.
Nesta quinta, no entanto, o Ministério da Saúde reforçou a orientação de por enquanto continuar direcionando os testes apenas a pacientes internados ou que estejam em vigilância sentinela – monitoramento de pacientes feito pela rede de saúde.
Apesar disso, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo dos Reis, prometeu um número de testes proporcionalmente maior do que o feito na Coreia do Sul, onde segundo ele foram testados 450 mil pessoas, em uma população de 51 milhões de habitantes.
Até esta quarta-feira, segundo o secretário de Vigilância em Saúde Wanderson de Oliveira, o país distribuiu 892,6 mil kits de testagem – destes, 500 mil são os chamados testes rápidos, recebidos por doações de empresas e que serão direcionados à testagem de trabalhadores da saude.
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Pico da pandemia entre abril e maio e liberação em municípios
O Ministério da Saúde também informou que o pico da epidemia no Brasil deve mesmo ocorrer entre o final de abril e o início de maio, nos locais em que já há números mais elevados da doença, como São Paulo, Ceará e Amazonas.
O ministério lembrou que 86% dos municípios no país não têm casos confirmados.
– Alguns Estados como São Paulo e Rio de Janeiro estão com medidas restritivas, mas não significa que todos os Estados tenham que manter todos os municípios nesse comportamento. Se os municípios estão se sentindo tranquilos, tendo capacidade de atendimento e tendo EPIs, eles estão preparados para quando aumentar. Já nos locais com maior incidência da doença, que são aqueles como Fortaleza, Rio de Janeiro, São Paulo, não recomendamos que haja aumento de mobilidade social nesses locais. Mas isso não significa que os demais têm que manter o mesmo comportamento – apontou.
Laguna aparece entre cidades com maior incidência
Na coletiva desta quinta-feira, pela primeira vez o Ministério da Saúde apresentou os números de mortes e casos do novo coronavírus por região, e não apenas por Estados.
Nesta listagem, a cidade de Laguna, no Litoral Sul de SC, aparece com o sexto maior número de casos confirmados no país, proporcionalmente ao número de habitantes – são 15,7 casos para cada 100 mil habitantes. A lista é liderada pela 1ª região de Fortaleza, onde há 43,9 casos para cada 100 mil habitantes.
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O Sul de SC, vale lembrar, foi a primeira região a registrar transmissão comunitária do coronavírus no Estado – quando não é mais possível apontar a origem da contaminação e já se verifica a circulação do vírus no ambiente.
Na lista de incidência de mortes por coronavírus por 100 mil habitantes, nem Laguna e nem qualquer outra região catarinense aparece entre os 10 maiores números.
O secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira, explicou que isso pode ocorrer pela existência de mais testes nessas regiões, o que resulta em mais diagnósticos positivos da doença, mas que não significa que em outros locais também não haja números maiores de casos.