O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse nesta quarta-feira que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva continua defendendo uma solução negociada para o impasse criado em torno do programa nuclear do Irã.
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Na reunião de hoje do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil se posicionou contra a adoção de sanções contra o Irã, aprovadas por larga maioria pelos países-membros. Pelo menos 12 votaram a favor das sanções e apenas Brasil e Turquia, patrocinadores do acordo que prevê a utilização de pequena quantidade de urânio enriquecido para fins pacíficos pelo Irã, votaram contra. O Líbano se absteve.
Celso Amorim afirmou que o Brasil sempre manteve uma ‘relação normal, mas não intensa’ com o Irã. De acordo com o chanceler, o interesse brasileiro é para buscar uma solução para o fim do impasse em torno do programa nuclear iraniano.
Ao fazer um relato das últimas conversas entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Mahmoud Ahmadinejad, do Irã, Amorim disse que ‘é de nosso interesse encontrar uma solução para o programa nuclear; o presidente Lula disse que era importante que a comunidade internacional percebesse que o programa era pacífico, que era fundamental mostrar que o acordo nuclear seria esta oportunidade’.
Amorim participa de audiência pública em sessão conjunta das comissões de Relações Exteriores e Agricultura da Câmara dos Deputados.
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O novo pacote de sanções contra o Irã foi aprovado na manhã desta quarta-feira pelo Conselho de Segurança da ONU. Dos 15 países que integram o órgão, 12 firmaram a posição de que o programa nuclear iraniano ameaça a comunidade internacional por supostamente esconder a produção de armas atômicas.
São membros permanentes do Conselho de Segurança Estados Unidos, França, Inglaterra, Rússia e China. São membros rotativos Brasil, Turquia, Bósnia Herzegovina, Gabão, Nigéria, Áustria, Japão, México, Líbano e Uganda. Apenas os permanentes têm direito de veto.
Esta foi a quarta vez que o Conselho de Segurança aprovou medidas punitivas contra o Irã na tentativa de forçar o governo iraniano a atender às exigências da ONU e da Agência Internacional de Energia Nuclear.
O governo iraniano avisou que eventuais punições seriam respondidas em tom de confrontação e não levariam a futuras negociações. O pacote aprovado hoje determina várias restrições ao país islâmico, como a fiscalização das importações do Irã, a suspensão da venda de armas pesadas para aquele país e uma rigorosa inspeção nos navios iranianos ou de empresas ligadas ao governo do Irã.
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