Em show da turnê Meu Coco em Florianópolis, no sábado (19), o cantor e compositor Caetano Veloso, 80, chorou ao cantar Trilhos Urbanos, canção do álbum Cinema Transcendental, de 1979, que cita Gal Costa.

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Ele emocionou o público na homenagem à cantora, uma das maiores vozes da música brasileira, que morreu aos 77 anos no dia 9 de novembro deste ano.

— Gal cantando o Balancê. Como eu sei lembrar de você — diz o trecho da música que levou Caetano às lágrimas.

— Este foi o primeiro show que fiz depois da morte de Gal. Na hora não consegui me controlar e chorei muito. Viva Gal Costa — ele disse após a apresentação.

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Em conversa com a produtora cultural Paula Lavigne, 53, o cantor afirmou que no ensaio cantou Trilhos Urbanos normalmente, sem pensar na letra, mas na hora do show a emoção explodiu.

— Fazendo o show, cantando para valer, com o público na frente, quando eu vi que ia dizer isso, meu Deus, aí pronto…— relatou.

Caetano também cantou Baby, canção dele que virou clássico na voz de Gal, uma das grandes intérpretes das composições do amigo. E novamente ficou emocionado. “Viva Gal”, gritou parte do público.

Em entrevista à Folha de S.Paulo, o cantor disse que a artista desenvolveu “visualidades, movimentos, modos de uso do palco que viraram a cabeça de uma geração”. Para Caetano, sem ela não seríamos o que somos.

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Os dois se encontraram pela última vez no programa Altas Horas, em novembro de 2021, quando Gal o surpreendeu ao aparecer e cantar Força Estranha. Na ocasião, Caetano também chorou.

Na conta de Gal no Instagram, a última postagem antes de a morte ser anunciada foi de um vídeo em que ela canta Sorte, de Ronaldo Bastos e Celso Fonseca, em dueto com Caetano, no programa Chico & Caetano, em 1986.

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Em seu primeiro show depois da morte de Gal, Maria Bethânia também homenageou a artista durante um show em Belo Horizonte.

“Peço aos senhores uma chuva de palmas para a voz imortal de Gal”, disse, após citar trecho de Como 2 e 2, de Caetano Veloso, eternizada na voz da amiga.

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— Tudo em volta está deserto, tudo certo, como dois e dois são cinco — declamou Bethânia.

*Cristina Camargo

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