PFAS estão presentes em níveis elevados no organismo de pessoas que consomem regularmente café e ovos, de acordo com estudo dos Estados Unidos. PFAS (Substâncias Per e Polifluoroalquílicas) são um grupo de produtos químicos artificiais que foram usados amplamente em produtos de consumo e processos industriais desde a década de 1940

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A pesquisa, conduzida pela Escola de Medicina de Dartmouth, identificou que esses alimentos, comuns na dieta cotidiana, estão associados à presença de substâncias químicas industriais que se acumulam no corpo humano ao longo do tempo.

O levantamento foi feito com base em quase 3 mil amostras de sangue e leite materno de gestantes.

A constatação é preocupante: compostos da família PFAS, conhecidos por sua resistência à degradação e por estarem ligados a problemas de saúde, foram detectados em concentrações superiores entre aquelas que mantinham o consumo frequente de certos alimentos.

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Entre os principais vilões, além do café e ovos, estavam também arroz branco, frutos do mar e carne vermelha.

Café: uma fonte cotidiana de exposição

O café, consumido diariamente por milhões de pessoas, foi identificado como uma possível via de ingestão de PFAS.

A origem da contaminação pode estar em diversos pontos da cadeia: desde o cultivo dos grãos em solos contaminados, passando pela água usada para o preparo, até o uso de filtros e máquinas com componentes tratados quimicamente. Tudo isso levanta preocupações sobre o que pode parecer um simples hábito inofensivo.

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Outro aspecto relevante é o uso de copos descartáveis, especialmente os de papel, que geralmente contêm revestimentos à base de PFAS para evitar o vazamento de líquidos.

Esse detalhe aparentemente irrelevante pode, na verdade, contribuir de forma expressiva para a ingestão diária desses compostos, sobretudo em pessoas que consomem café fora de casa com frequência.

Ovos de quintal e solo contaminado

Os ovos, particularmente aqueles produzidos em criações caseiras, também foram associados a altos níveis de PFAS no organismo. A razão, segundo os pesquisadores, pode estar na alimentação das galinhas, que muitas vezes inclui restos de comida ou ração contaminada, além do próprio ambiente onde vivem, que pode ter solo tratado com fertilizantes derivados de lodo de esgoto — uma fonte conhecida de poluição por PFAS.

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Essa realidade é especialmente relevante em contextos urbanos e rurais onde há práticas agrícolas informais. Mesmo que os ovos sejam vistos como uma alternativa saudável e natural, quando provenientes de ambientes contaminados, tornam-se veículos de substâncias tóxicas, colocando em risco tanto os produtores quanto os consumidores.

O arroz e os frutos do mar também preocupam

O arroz branco, outro alimento comum nas refeições, foi relacionado à absorção de PFAS através da irrigação com água contaminada ou pelo cultivo em solos poluídos. Como o arroz cresce em áreas alagadas, sua exposição a esses compostos químicos pode ser maior, resultando em transferência direta dos contaminantes para quem o consome.

Os frutos do mar também entram na lista de alimentos com potencial de contaminação. Peixes e mariscos acumulam PFAS ao longo da cadeia alimentar aquática, o que representa uma preocupação significativa para populações que dependem desses itens como principal fonte de proteína. Assim, o contato com esses produtos químicos se dá de forma indireta, mas contínua.

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Gravidez, leite materno e orientações de prevenção

Durante a gestação, o risco é ainda mais crítico. As PFAS atravessam a placenta e, posteriormente, podem ser transferidas ao bebê por meio do leite materno.

Os pesquisadores ressaltam a importância de estratégias alimentares conscientes para reduzir essa exposição, especialmente entre gestantes, grupo mais vulnerável aos efeitos dos compostos tóxicos.

Entre as recomendações, destaca-se a necessidade de reavaliar o consumo frequente de determinados alimentos e preferir fontes orgânicas e menos processadas.

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A longo prazo, políticas públicas voltadas à segurança alimentar e ambiental são fundamentais para diminuir a presença desses compostos na cadeia produtiva e, consequentemente, no organismo humano.

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