O preço do grupo de Alimentação e bebidas, no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), aumentou 0,96% em janeiro, o que representa uma queda em relação a dezembro, quando foi registrada uma alta de 1,18%. Mesmo ainda em alta, a expectativa de especialistas é de que os preços dos alimentos diminuam ao longo de 2025. As informações são do g1.

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Os analistas divergem sobre o desfecho dos preços dos alimentos em 2025. Segundo o economista Roberto Mendonça de Barros, o ano deve encerrar com uma alta de 6%. O economista da Ibre-FGV, André Braz, no entanto, aponta que os preços devem ficar entre 7% e 6,5% mais caros.

O que diminui de preço

Em primeiro lugar, o óleo de soja e o leite devem ter uma queda nos preços. Em janeiro, a inflação do óleo de soja teve uma queda de 0,87%, enquanto o leite diminuiu 1,53%.

Óleo de soja

Os especialistas justificam que a diminuição nos preços do óleo de soja se deve pela expectativa de aumento na safra de soja em 2025/2026. Espera-se colher 66,3 milhões de toneladas, 8,2% a mais que na temporada anterior.

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O aumento da safra na Argentina também deve ser um fator importante para a baixa nos preços, assim como a valorização do real em relação ao dólar, segundo o analista de inteligência de mercado na StoneX, Leonardo Rossetti.

Leite

Já o leite longa vida deve acompanhar a tendência de diminuição nos preços que vem ocorrendo desde novembro de 2024. Em janeiro deste ano, já foi registrada uma queda de 1,53%.

O que deve aumentar

Café

O café — grão moído —, que aumentou quase 50% nos últimos 12 meses, segundo o IPCA, deve seguir a tendência de alta nos preços em 2025. A expectativa é que haja um aumento de 25% nos próximos meses.

Algumas justificativas são o calor e o clima seco, que dificultaram o desenvolvimento das lavouras. Nos últimos quatro anos, o grão custou 224% a mais para a indústria, enquanto o café ficou 110% mais caro para a população.

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As guerras no Oriente Médio também encareceram o embarque do café nas vendas internacionais, aumentando o preço dos contêineres, principal meio de exportação. Além disso, por ser a segunda bebida mais consumida no Brasil e no mundo, os produtores brasileiros de café têm investido em novos mercados internacionais, influenciando na oferta da bebida internamente.

Laranja

O calor e a seca também influenciaram no aumento do preço da laranja. Uma doença, chamada de greening, também é um dos principais motivos para o não desenvolvimento das lavouras. Ela é provocada pela bactéria Candidatus liberibacter asiaticus, transmitida pelo Diaphorina citri, um inseto que ataca as plantas na brotação.

A justificativa é da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), que também diz que há uma alta demanda mundial pelo suco da fruta.

Em janeiro, o preço da laranja pera, mais encontrada nas feiras e supermercados, caiu 0,64%, enquanto a baía teve uma alta de 2,75%. Já a laranja lima ficou 1,20% mais cara.

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Carne

O aumento ou queda dos preços da carne ainda é uma incógnita para os especialistas. Apesar da influência da boa safra de grãos, que servem de alimento para os animais, a queda nos preços não deve ser significativa.

O item ainda teve uma alta de 0,36% no IPCA em janeiro. O Brasil é o maior exportador de carne bovina no mundo, o que reduz a quantidade de carne dentro do país e, como consequência, aumenta os preços para os brasileiros.

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