Carlos Bolsonaro fez críticas a Jorginho Mello e fez novo apelo por dobradinha com Carol de Toni em 2026 (Foto: Arquivo NSC)
Carlos Bolsonaro (PL-RJ), vereador do Rio de Janeiro e pré-candidato a senador por Santa Catarina, reiterou o apoio à candidatura da aliada Caroline de Toni (PL-SC) como companheira de chapa e insinuou que o governador Jorginho Mello (PL) poderia estar descumprindo um acordo na formação da aliança para as eleições de 2026. As afirmações foram feitas ao colunista do portal Metrópoles Paulo Capelli e divulgadas nesta quarta-feira (19).
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Segundo o colunista, Carlos Bolsonaro afirmou que o desejo do pai, Jair Bolsonaro, e da família é o de que as duas candidaturas do PL fiquem com ele e Carol de Toni. Também afirmou que o apoio a essa dupla deve permanecer mesmo que Carol precise trocar de partido.
Entenda o impasse sobre Carlos Bolsonaro em SC em 12 fotos
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Jair Renan em SC: Carlos Bolsonaro não foi o primeiro filho do ex-presidente a migrar para SC. Em março de 2024, Jair Renan se filiou ao PL e anunciou a pré-candidatura a vereador de Balneário Camboriú, cargo para o qual foi eleito (Foto: Arquivo NSC)
O plano de Carlos em SC: a primeira vez em que membros da família Bolsonaro admitiram o plano de Carlos Bolsonaro concorrer ao Senado por um estado que não o Rio de Janeiro, incluindo SC e MT entre as opções, foi em julho de 2024 (Foto: Alan Santos, PR)
Carol e Júlia? Até início do ano, PL tinha as deputadas federais Carol de Toni e Júlia Zanatta como pré-candidatas ao Senado. Bolsonaro chegou a citá-las como nomes que apoiaria em entrevista. Cenário mudou após aproximação de Carlos com SC (Fotos: Arquivo NSC)
Articulação sobre João Rodrigues: antes de encampar pedido por Carlos, Jair Bolsonaro chegou a afirmar “ainda ter esperança” de ter prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), como candidato a senador na chapa de Jorginho Mello. Prefeito, no entanto, mira o governo (Foto: Reprodução)
Reação de entidades: os planos de Carlos Bolsonaro para concorrer em SC geraram reações de entidades. A Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) divulgou nota afirmando que o Estado não precisa “importar candidatos” (Foto: Reprodução)
Chegada de Carlos a SC: vereador do Rio, Carlos Bolsonaro debutou no Estado ao participar de protestos em favor da anistia em Criciúma (foto) e Florianópolis, no início de agosto. Dias depois, Jair Bolsonaro teve prisão domiciliar decretada (Foto: Reprodução)
Gestos a Amin e risco a Carol: aproximação de Carlos Bolsonaro com SC coincidiu com sinais do governador Jorginho Mello de que deseja ter Esperidião Amin (PP) na chapa como candidato a senador, para atrair os partidos PP e União Brasil (Fotos: Arquivo NSC)
Onda de apoio a Carol: com Carlos e Amin como favoritos, o espaço para a candidatura ao Senado de Carol de Toni passou a se fechar, mas uma onda de apoio à deputada se formou, com manifestações até mesmo da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (Foto: Reprodução)
Jornada de Carlos por SC: Carlos Bolsonaro iniciou uma jornada por mais de 10 cidades de Santa Catarina. Nos encontros, aproximou-se de Carol de Toni e passou a defender uma chapa “pura” do PL, com Carol e Carlos como candidatos ao Senado (Foto: Reprodução)
Visitas a Bolsonaro: com visita autorizada pelo STF, o governador Jorginho Mello visitou Jair Bolsonaro na casa dele, em Brasília, discutiu a chapa ao Senado e definiu que cada um indicaria um nome. Carol de Toni e Amin também visitaram Bolsonaro no último mês (Foto: Reprodução)
Ana Campagnolo x Eduardo Bolsonaro: deputada estadual comentou possível chapa com Carlos Bolsonaro e defendeu Carol de Toni, que segundo ela poderia até ter de mudar de partido. Eduardo Bolsonaro respondeu com críticas à catarinense (Fotos: Arquivo NSC)
Racha no Bolsonarismo: a troca de farpas desencadeou um debate público no PL, com manifestações contra e a favor do projeto de Carlos Bolsonaro em SC. Nomes como Flávio Bolsonaro e Jorge Seif fizeram publicações em defesa de Carlos (Fotos: Arquivo NSC)
“A vontade do presidente Jair Bolsonaro e da família é que Carol de Toni permaneça no partido e que disputemos, juntos, as duas cadeiras ao Senado. Mas, mesmo que o governador [Jorginho Mello] insista em não cumprir o que foi acordado, estaremos apoiando a Carol do mesmo jeito”, afirmou Carlos.
Segundo ele, o combinado seria que Jair Bolsonaro escolheria um candidato ao Senado e Jorginho Mello, o outro. O ex-presidente teria optado pelo filho; já o governador teria escolhido Carol de Toni.
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Depois da conversa entre o ex-presidente e o governador, no entanto, Jorginho teria indicado a preferência por apoiar Esperidião Amin (PP-SC). Isso permitiria ampliar o grupo de partidos na coligação para disputar a reeleição em 2026 e, por consequência, o tempo da propaganda política na televisão.
Com os nomes de Carlos Bolsonaro e Amin favoritos para a chapa, Carol de Toni perdeu espaço e pode ter que deixar o PL para concorrer ao Senado por outro partido. A deputada já teve convites de legendas como o Novo para se filiar e disputar a vaga de senadora. Nesse contexto, segundo Carlos, a família Bolsonaro seguiria apoiando a atual deputada federal.
Mudança para SC
Carlos Bolsonaro também falou na entrevista sobre a previsão de mudança para Santa Catarina. Ele disse que deve renunciar ao cargo de vereador no Rio em 15 de dezembro e mudar o domicílio eleitoral para São José, na Grande Florianópolis. Atualmente, o título de eleitor dele permanece no Rio, mas ele precisa transferir o documento para Santa Catarina até o começo de abril do próximo ano, se quiser concorrer ao Senado pelo Estado em 2026.
Procurado pela nossa reportagem, o governador Jorginho Mello ainda não se pronunciou.