Os números superlativos da lista de Janot são um indicativo de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, resolveu pedir autorização para investigar todos os principais nomes apontados pelos delatores da Odebrecht, sem dó nem piedade. Enquanto aquela primeira lista, de 6 de março de 2015, tinha 21 solicitações de aberturas de inquéritos, agora são 83, quase quatro vezes mais. São ministros, senadores, deputados, governadores, ex-governadores, enfim, a nata da política brasileira que passará a ser investigada na Lava-Jato caso o relator Edson Fachin acate as solicitações. Os nomes serão revelados nos próximos dias.

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Ainda há os filhotes da Lava-Jato, que atingirão os Estados e aqueles políticos sem foro privilegiado, que tiveram relações pouco republicanas com empreiteiras no passado. A grande dúvida, agora, é quem sobreviverá politicamente a esse turbilhão. No Congresso, todos estão em compasso de espera. A primeira dúvida é sobre os parlamentares que estão na relação. A segunda e não menos importante é de que maneira a abertura dos inquéritos mudará a composição de forças dentro do governo Temer. Vale lembrar que os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria Geral) foram citados pelos delatores e poderão não resistir ao desgaste. Tudo isso explica o desespero dos políticos, que buscam um acordão sob a forma de anistia.

Simbólico

Embora a família de Teori Zavascki tenha solicitado à Procuradoria-Geral da República mudança na data da homenagem ao gaúcho, Rodrigo Janot foi irredutível. Na semana passada ele definiu que no dia 14 de março faria oficialmente inauguração da sala com o nome de Teori na PGR, bem no dia em que a famosa lista foi encaminhada ao STF.

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Catequese

Líderes da Confederação dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag) se reúnem hoje com secretário de Previdência, Marcelo Caetano, para esclarecer dúvidas sobre a reforma da Previdência. O ministro Osmar Terra (Desenvolvimento Social) e o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) acompanham a reunião.

Água Abaixo

Depois de trazer de volta a Secretaria-Geral para blindar Moreira Franco com foro privilegiado, agora o Planalto estuda o lançamento do estranho ministério do saneamento para o PMDB de Minas Gerais.