Tanto os advogados de Michel Temer quanto a defesa de Dilma Rousseff apostam na lentidão da Justiça e nas possibilidades de recursos junto ao TSE para empurrar com a barriga o julgamento da chapa Dilma/Temer. Depois que o relator do processo, ministro Hermann Benjamin, surpreendeu ao concluir os trabalhos, o presidente da corte, ministro Gilmar Mendes, não teve alternativa: confirmou que o julgamento deve começar na próxima semana.
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Diante de um tema tão delicado e politicamente explosivo, será o maior teste de credibilidade do Judiciário nos últimos tempos. A defesa de Temer continuará a apostar na tese da separação da chapa, defendendo que as contas da candidata e do vice não podem ser misturadas. Uma alegação difícil de engolir. Depoimentos dos executivos da Odebrecht mostraram que tanto o PT quanto o PMDB receberam recursos da empreiteira na eleição de 2014. Além disso, como será o ritmo dos trabalhos? Os ministros adiarão a decisão final até as vésperas das eleições de 2018, despertando dúvidas sobre o processo, ou o julgamento será para valer?
Responsabilidades
O deputado Rogério Peninha Mendonça (PMDB-SC) nega que seja o único responsável pela indicação de um dos envolvidos no escândalo da Operação Carne Fraca para um cargo no Ministério da Agricultura. O ex-assessor parlamentar no ministério, Fábio Zanon Simão, é acusado de ter recebido R$ 300 mil em propina de frigoríficos. Peninha explica que um grupo de parlamentares sugeriu o nome para a então ministra da Agricultura Kátia Abreu. Ele, inclusive, mostra um documento com as assinaturas dos demais colegas.
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Lei Kiss
Relator do projeto da Lei Kiss na Câmara, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) reclama da possibilidade de vetos à proposta, lembrando que o texto ficará descaracterizado. Ele defende que as regras da ABNT sejam utilizadas para padronizar ações de segurança no país e que as responsabilidades precisam ficar claras.
No palanque
O ex-presidente Lula está com uma programação intensa de agendas pelo país. No dia 21 de abril, participa de evento em Ouro Preto (MG) na comemoração de Tiradentes. Na semana seguinte, dia 29, estará num evento em Rio Grande (RS) a favor do polo naval da cidade. No dia 3 de maio é a vez de Curitiba receber o ex-presidente numa mobilização marcada para o mesmo dia que irá depor diante do Juiz Sérgio Moro na capital do Paraná.