Osmar Serraglio foi o nome defendido pela bancada do PMDB para o Ministério da Justiça que conseguiu sobreviver ao processo de fritura. Na falta de um notável e diante da conveniência política de colocar um deputado do partido no comando de uma pasta importante, o presidente Michel Temer resolver bater o martelo para uma solução caseira. Afinal, a demora na definição do comandante do Ministério da Justiça, enquanto o país vive a sua pior crise na segurança pública, já estava constrangedora.
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Depois da negativa do ex-ministro Carlos Velloso para o cargo, a ideia de ter um nome de destaque do meio jurídico para o ministério foi afastada de vez. Já Serraglio faz parte da lista dos candidatos desde o começo, mas a proximidade com Eduardo Cunha é a mancha no currículo. Ele e o deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG) arderam na frigideira, junto com outros que foram surgindo.
Crítico do Ministério Público, Pacheco ficou pelo caminho como potencial inimigo da Lava-Jato. Sobrou Serraglio. Sem experiência prática na área de segurança, mas elogiado pelo trabalho na relatoria da CPI dos Correios, chega jurando que a Lava-Jato é intocável. Neste caso, se não atrapalhar a Polícia Federal já é lucro. A principal missão de Serraglio, no entanto, é fazer o que Alexandre de Moraes não fez: um plano nacional de segurança, em parceria com os Estados, para combate ao crime.
Os padrinhos
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A bancada do PMDB de Santa Catarina trabalhou pesado pela aprovação do nome de Osmar Serraglio para o Ministério da Justiça. O deputado Valdir Colatto conta que os parlamentares foram ao ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) e ao próprio Temer em defesa do peemedebista.
Era uma vez
O senador José Serra (SP) é considerado pelo PSDB carta fora do baralho na briga pela candidatura à presidência da República em 2018. A doença (problema na coluna), mais o período apagado no Ministério das Relações Exteriores tiraram Serra do páreo. O senador Aécio Neves (MG) e o governador Geraldo Alckmin (SP) continuam na disputa.