Com 89,8% dos consumidores de Santa Catarina o utilizando, o cartão de crédito está pesando no bolso dos catarinenses e se mantém como a principal origem de endividamento das famílias em outubro. Os dados fazem parte da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), divulgada pela Fecomércio SC em parceria com a Confederação Nacional do Comércio (CNC).

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O número de pessoas que utilizam o cartão de crédito nas compras aumentou em relação a setembro. Antes, eram cerca de 82% dos consumidores fazendo uso desse meio de pagamento, de acordo com a mesma pesquisa.

Outro meio de endividamento rastreado pelo estudo é o carnê. Cerca de 30% dos catarinenses utilizam essa forma de pagamento, o que indica manutenção nas compras parceladas no varejo. Já o crédito pessoal e os financiamentos tiveram recuo no bolso dos consumidores de Santa Catarina.

A pesquisa também mostrou que 70,4% das famílias estão dispostas a realizar compras parceladas ou financiamentos de curto e longo prazo. Para a economista da Fecomércio SC, Edilene Cavalcanti, há uma grande diferença entre

— O endividamento, por si só, não é necessariamente ruim. Por exemplo, uma pessoa com um financiamento imobiliário está endividada, mas é uma dívida para adquirir um bem de alto valor. Já a inadimplência é sempre negativa, pois ocorre quando a pessoa perde a capacidade de arcar com as contas e começa a atrasá-las, gerando muitas vezes um efeito dominó — disse.

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Inadimplência em SC

Os indicadores de inadimplência em Santa Catarina vêm tendo uma disparada nos últimos meses, com crescimento em outubro pelo sétimo mês consecutivo. Agora, 33,1% das famílias catarinenses estão inadimplentes, maior percentual desde o início da pesquisa, em 2010. O índice está acima da média nacional, avaliado em 30,5%.

Historicamente, a média de inadimplência em Santa Catarina é de 22%. De acordo com o presidente da Fecomércio SC, Hélio Dagnoni, o aumento das dívidas é resultado da política de juros elevados, com a taxa Selic elevada há mais de quatro anos.

— As famílias estão sentindo na pele o problema dos juros. Uma a cada três está com contas em atraso. Isso é bastante negativo. Precisamos urgentemente de uma redução da Selic, até para evitar impactos maiores no consumo. Estamos acompanhando de perto essa situação — disse.