O modelo de família em Santa Catarina está mudando. Os dados do Censo 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na última quarta-feira (5), mostram que as composições familiares atuais incluem núcleos menores, casais sem filhos e um aumento da participação feminina como responsável pelo domicílio.

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Como definição de “família”, o IBGE considerou o conjunto de pessoas ligadas por laços de parentesco na unidade doméstica.

Em Santa Catarina, a maior parte das famílias é composta por duas pessoas (41,55%), cenário diferente do registrado em 2010, quando a maioria era de três pessoas (33,05%). Atualmente, famílias com três pessoas representam 32,6% do total.

Quanto à composição familiar, menos da metade das famílias catarinenses é formada por casais com filhos (43,2%). Já os casais sem filhos já são 29,74% do total, mais que o dobro da taxa de 2000 (14,57%) e superior a de 2010 (22,45%). A proporção de Santa Catarina é a segunda maior taxa entre as unidades da federação, atrás apenas do Rio Grande do Sul (30,28%).

Os números refletem uma tendência nacional, impulsionada pela queda da fecundidade e pelo envelhecimento populacional observados nas últimas décadas. Em todo o país, menos da metade das famílias é formada por casais com filhos — eles representam 42% do total, contra 56,4% em 2000. Ao mesmo tempo, o casal sem filhos foi o tipo que mais cresceu, passando de 13% para 24,1% das famílias brasileiras.

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Veja os dados de composição familiar em SC

  • Casal com filhos – 43,2% (989.177 pessoas)
  • Casal sem filhos – 29,7% (680.252 pessoas)
  • Mulher sem cônjuge com filhos – 9,7% (222.024 pessoas)
  • Homem sem cônjuge com filhos – 1,7% (39.195 pessoas)
  • Casal sem filhos e com parentes – (59.906 pessoas)
  • Casal com filhos e com parentes – (71.660 pessoas)
  • Mulher sem cônjuge com filhos e com parentes – (59.353 pessoas)
  • Homem sem cônjuge com filhos e com parentes – (12.022 pessoas)
  • Outro – (153.906 pessoas)

Lares chefiados por mulheres

A figura da pessoa responsável pela família também vem passando por mudanças. Em 2010, os homens
representavam 67,05% dos responsáveis em Santa Catarina; em 2022, esse número caiu para 57,04%, enquanto as mulheres passaram de 32,95% para 42,96%. Ainda assim, Santa Catarina é o Estado com menor percentual de mulheres responsáveis por famílias, conforme o Censo.

O aumento das famílias chefiadas por mulheres também é uma tendência nacional — em todo o Brasil, de 2000 para 2022, o percentual cresceu de 22,2% para 48,8%, enquanto os lates chefiados por homens recuou de 77,8% para 51,2%.

Os motivos para esse aumento podem ser creditados a uma mudança e consolidação de valores culturais relativas ao papel da mulher na sociedade brasileira, conforme o IBGE. O ingresso no mercado de trabalho e o aumento da escolaridade em nível superior combinados com a redução da fecundidade são fatores que podem explicar esse reconhecimento da mulher como responsável pela família.

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